Nilvan

Os técnicos, os políticos e o governo

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Contato: (83) 9177-2227


Vejo como salutar o anúncio de vários nomes considerados da área técnica, da produção intelectual da Universidade Federal da Paraíba, para compor a parte essencial no Governo Ricardo Coutinho. 

À primeira vista todo mundo elogia, ressalta o caráter do cérebro do novo governo, mas, acredito, que precisamos apimentar esse assunto com algumas “pinceladas” que podem nos ajudar a analisar os dois lados da moeda. 

Primeiro, não entendo porque só agora, passadas as eleições, a classe política é tratada como “um monstro perigoso”, que as indicações não podem ter qualquer ligação com a política, sob pena de pecar perante a opinião pública. 

Ou seja, antes e durante as eleições, os políticos, seus votos, sua interferencia e seus partidos eram úteis, fundamentais, necessários, e agora, são nocivos, verdadeiros pecados da ética e da moralidade. 

Segundo, priorizar o discurso de que os técnicos são mais eficientes, conhecem melhor a realidade do povo e são mais preparados intelectualmente, pode se tranformar, lá na frente, num discurso contra-ofensivo, criado pelo próprio governo e suas cabeças pensantes. 

Se hoje, os políticos e seus partidos, que contribuiram para eleição do novo governador, abdicam de espaços estratégicos dentro do governo, sem queixas, mas, por um motivo ou por outro, amanhã, decidem que querem uma fatia maior da gestão, podem fazer com que o novo governador começe a ter que conviver com um “problemão”. 

Na verdade e a bem da verdade, ninguém pode dizer que os técnicos são os “iluminados”, que resolverão num passe de mágica todos os problemas da população, apenas porque são técnicos e ponto final. 

A história mostra que nós já tivemos técnicos e técnicos. Existem técnicos que conseguiram unir teoria e prática. Mas, também já assistimos figuras técnicas que não tiveram tanto “trato” quando o assunto foi gestar, administrar, tomar e assumir decisões com repercussão na vida vida de milhões de pessoas. 

Não me refiro aqui aos técnicos indicados pelo novo governador. Apenas incentivo a discussão sem usar questões pontuais, pois tenho todos os indicados para áreas estratégicas como figuras da mais alta qualidade. 

Assim como também existem indicações políticas ou políticos, que por serem políticos não deixam de ser técnicos em algumas áreas específicas por formação, que decepcionam quando o assunto é administrar determinada área ou setor de um governo. 

O que me preocupa é o processo de “demonização” das indicações políticas que ora está em curso na Paraíba. A história mostra que a coisa é diferente e que qualquer governo ou governante precisa sim juntar os dois angulos para ter a tranquilidade necessária na execução de suas políticas públicas. 

Aguardemos. 

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