Aécio Neves pode até ser o único na direção nacional do PSDB que entende todos os argumentos levantados pelo ex-governador Cássio Cunha Lima, na tentativa de viabilizar o apoio à candidatura do prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho.
O problema é que Aécio, assim como Cássio, não manda no partido. Não é voz hegemônica. Em outras palavras, não tem cacife para determinar o que o PSDB faça ou deixe de fazer. Prova disso, é que não teve como unificar setores determinantes da legenda para consolidar o seu projeto de ser o candidato a Presidência da República, sendo obrigado, politicamente, a renunciar em favor do governador de São Paulo, José Serra.
Cássio sabe que de nada vale essas viagens para manter encontros com Aécio. É perder tempo e dinheiro com passagens aéreas. No mínimo, vale algumas manchetes na imprensa, o que já é grande coisa, para um político, candidato ao senado, e que precisa estar sempre em destaque nos jornais, rádios, TVs e na internet.
A decisão verdadeira e oficial será tomada por José Serra e é aí onde mora o perigo para os “cassistas”. Todo mundo sabe, não precisa repetir, que a alta cúpula da direção do PSDB não confia em Cássio, devido ao seu histórico de distorções em relação as mais diferentes posições partidárias.
Cássio sabe que Cícero Lucena é quem dispõe da mais completa confiança da grande maioria da direção tucana. De nada vale, nesse momento, o apoio de Aécio Neves, que também foi voto vencido nos embates para a consolidação da candidatura do partido a nível nacional.
O problema é que Cássio e Ricardo começam a correr contra o tempo e disso todo mundo tem convicção. O primeiro, precisa mostrar que tem voz ativa no PSDB e que vai conseguir convencer Cícero da viabilidade do apoio ao PSB. Já o segundo, também corre contra o tempo, uma vez que sem o apoio do PSDB perde respaldo e musculatura, haja vista que estamos às vésperas do período de desincompatibilizações.
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