Costumo ter dó, muita dó mesmo, da capacidade que muita gente tem de esquecer fatos marcantes da nossa história. É como diz o velho ditado: “o povo tem memória curta”; ou melhor: “o que acontece hoje todo mundo vai esquecer. Amanhã ninguém lembra mais”; e por aí vai…
E meu alvo, neste breve comentário, é o reaparecimento do ex-senador Ney Suassuna, no cenário político da Paraíba. Ney retorna pousando de “astro”, insinuando ser decisivo no processo eleitoral, capaz de ser o divisor de águas no xadrez político, tentando pregar o discurso de que deve ser disputado pelas lideranças com unhas e dentes, pois tem as condições de decidir a campanha do próximo ano.
E o pior é que ainda tem gente que acredita nessas blasfêmias difundidas por alguns ansiosos em agradar o ex-senador.
A grande verdade é que Ney Suassuna, dificilmente, conseguirá se livrar das marcas que assimilou para ele próprio durante a sua trajetória política. Alguém que tenha disponibilidade de tê-lo como companheiro de chapa terá também que usar muita saliva para defendê-lo das acusações que surgirão durante a campanha.
A Paraíba não esquece que Ney Suassuna foi um dos principais protagonistas do chamado escândalo da “máfia dos sanguessugas”, conhecido como um poderoso esquema montado para fraudar licitações de ambulâncias, no Ministério da Saúde, do Governo Federal.
O caso não ficou explicado e Ney deve sim um esclarecimento em relação aquelas denúncias que foram apresentadas com farta documentação pela imprensa nacional.
As manchetes daquela época nos principais telejornais do país são capazes de destruir qualquer candidatura se não forem devidamente superadas e explicadas para a opinião pública.
Ney precisa também tirar a imagem que lhe colocaram de ser um candidato rico, milionário e que compra tudo o que quer, inclusive, os votos para se eleger.
Ney, meus amigos, além de ter a imagem feita pela mídia, de ser um homem extremamente trabalhador, também pecou de forma grosseira, quando era tido de forma aberta no Congresso Nacional, como um senador eleito pela Paraíba, mas, que na verdade, representava mesmo era o Rio de Janeiro e chegou, inclusive, em determinado momento, segundo a imprensa, a transferir o seu domicílio eleitoral para aquele estado.