Tenho visto cada coisa no cenário dos acontecimentos políticos da nossa coitadinha Paraíba que as vezes não quero nem acreditar. É exatamente esse o sentimento que me comove quando vejo, leio e escuto alguém dizer que um ser humano tem a obrigação cívica de conviver com possíveis atos de descortesia, de deslealdade, por parte de amigos históricos e ainda ter sangue de “barata” para agüentar tais atitudes e nem sequer fazer o questionamento necessário.
Pois é isso que alguns ditos “amigos” de partido do senador paraibano Cícero Lucena estão querendo lhe impor. E não venham aqui me dizer que estou dizendo isso porque sou “babão” ou defensor do tucano, como sempre alguns apaixonados escrevem nos seus “nobres” comentários, que democraticamente são publicados.
Alguns chegam a dizer, inclusive, de forma deselegante que Cícero não pode cometer excessos. Ora, mas que brincadeirinha sem graça e sem a mínima capacidade de convencimento.
Quer dizer que é Cícero que comete ou não pode cometer excessos? Mas que excessos? O que significa excessos nesse contexto?
Será que é excesso questionar de forma pública a tentativa de debelar possíveis movimentações que podem ser traduzidas em traições?
Ou será que os verdadeiros excessos, nesse caso específico, são praticados, não por Cícero, mas por quem está de namorico com outra candidatura, fora do projeto do PSDB, distante da realidade histórica do partido e dos seus soldados?
Cícero não pode cometer excessos, mas Zenóbio Toscano pode declarar publicamente que defende a candidatura do PSB e até acompanhar o prefeito Ricardo Coutinho nas suas visitas à região de Guarabira?
Ou então Rômulo Gouveia pode dizer abertamente, mesmo sendo parlamentar do PSDB, que a aliança deve ser feita em torno do nome de Ricardo Coutinho?
Mas é Cícero quem não pode nem pensar em cometer excessos porque pode causar a desagregação do “grupo”.
O PSDB precisa apontar o norte dos seus posicionamentos, a direção que indique a tática e a estratégia que a legenda e seus componentes desejem seguir, se quiserem ter sucesso no debate eleitoral do próximo.
Na verdade, tudo está virando uma salada de opiniões conflitantes e posições dúbias, onde vale mais o “samba do criôlo doido”, a prostituição dos comportamentos, que longe de serem éticos, preferem valorizar os interesses pessoais da figuras envolvidas no processo.