Soou como uma bomba as declarações do deputado e presidenciável, Ciro Gomes, analisando o cenário desenhado pelo seu partido, o PSB, em relação às eleições do próximo ano.
É óbvio que ele, Ciro, juntamente com outras lideranças do partido, inteiramente interessadas na construção de uma conjuntura favorável ao projeto mais global, devem acompanhar e analisar passo a passo o cenário nos estados e a Paraíba não pode ficar de fora dessa plataforma eleitoral.
Ciro refletiu apenas aquilo que todo mundo em sã consciência já analisa. A situação da pré-candidatura do prefeito Ricardo Coutinho, ao governo do estado, vem sofrendo, nos últimos meses, uma espécie de atrofiamento político, causado, necessariamente, pelo vácuo originado, devido a não concretização, pelo menos por enquanto, do apoio do ex-governador Cássio Cunha Lima.
E olha que muitos já tinham esse apoio como certo e as bancas de apostas passaram dias e dias bastante movimentados. Mas, acontece que a criança não nasceu. E o pior: além de não chegar o apoio de Cássio, Ricardo e, principalmente o seu partido, o PSB, sofreram um revés impiedoso, após a debandada de toda a bancada federal e estadual, que migrou para outros partidos.
Foi nocaute antecipado e com fortes conseqüências na estrutura do projeto patrocinado por Ricardo e seu coletivo. O próprio PSB a nível nacional vai sentir os reflexos dessa perda, uma vez que os recursos do fundo partidário e o tempo no guia eleitoral dos partidos são calculados tendo como base a representação parlamentar no Congresso Nacional. Ou seja, o PSB vai sentir esses reflexos já nas eleições do próximo ano.
Quando Ciro afirma que a situação da candidatura de Ricardo é complicada, ele não está brincando. Sem o apoio de Cássio, que para muitos não veio e nem vem, Ricardo se enfraquece a cada minuto, a cada hora, a cada dia e se enterra num caminho que pode não ter volta.
Os ricardistas lutam contra o tempo e os fatos estão quase todos em seu desfavor. O próximo capítulo será a eleição para escolha da nova direção do PT. Se Rodrigo vencer o processo eleitoral do partido, Ricardo perde mais um aliado de primeira hora e sua candidatura pode começar a morrer por asfixia.
E tem mais um agravante: o PSB tem mostrado estar muito afinado com o projeto eleitoral do Presidente Lula. Em qualquer hipótese de candidatura, o partido pode ser convencido a não ter candidato na Paraíba e enveredar por outro projeto, que permita um palanque mais representativo no nosso estado.