Ninguém há de negar que o senador Cícero Lucena, do PSDB, entrou mesmo pra valer na disputa pelo Governo do Estado. E, o caboclinho, vem mesmo vencendo uma série de etapas pra se consolidar como uma alternativa viável, conseqüente e eleitoralmente possível.
Cícero tem priorizado o embate frontal com o governo Maranhão III, tentando se constituir no referencial oposicionista ao atual comando do Palácio da Redenção e o discurso tem surtido efeito. Como em política não há espaços vazios, a parcela da sociedade que não tem simpatia pelo atual governo necessita ter uma referência, um norte, uma figura que contemple a indignação pós-cassação do ex-governador Cássio Cunha Lima.
E o senador Cícero Lucena tem capitalizado de forma muito inteligente esse sentimento de grande parcela da população. Ora, quem melhor do que Cícero Lucena para expressar que se cometeu uma injustiça contra um governo eleito pelo povo? Cícero é e sempre foi uma das essências do “ronaldismo” e, por conseqüência, também do “cassismo”, a quem sempre foi fiel escudeiro nos momentos dos grandes embates.
Mas, o principal fato, dos últimos dias, foi Cícero conseguir a solidariedade do núcleo “cunha lima” de forma mais clara e precisa, causando espanto naqueles que tanto defenderam a aliança com o PSB de Ricardo Coutinho.
Conseguiu a solidariedade pública e enfática do presidente da Assembléia Legislativa, deputado Arthur Cunha Lima; em seguida passou o final de semana visitando vários municípios ao lado do histórico companheiro Ronaldo Cunha Lima; e se não bastasse Cícero conseguiu reunir quase todos os ex-auxiliares do governador Cássio Cunha Lima em sua residência, causando verdadeiro frisson nos bastidores da política paraibana.
São coisas da política que continua tendo aspectos transformadores. Cícero vence mais uma etapa no projeto de chegar ao Palácio da Redenção e começa a acumular “gordura” política, podendo causar desdobramentos importantes, quando do retorno do ex-governador Cássio Cunha Lima.