Sei que alguns apaixonados de plantão odeiam quando toco nesse assunto, mas os últimos fatos têm causado tanto “frisson” que não posso deixar de “irritar” os bajuladores sem noção.
Acontece que as últimas pesquisas, os últimos números, as mais recentes análises, tem mostrado que o senador Cícero Lucena, ao contrário do que muitos apostaram e trabalharam, está longe de ser considerado “carta fora do baralho” no jogo da sucessão do próximo ano.
Muitos trabalharam e tramaram friamente nos bastidores para alijar Cícero da disputa. Trataram de “esfolá-lo”, de projetar um esvaziamento profundo no projeto do PSDB aqui no nosso estado.
Foram meses e meses de articulações, de traições, de decepções, até de quem menos se esperava, mas, ao que parece, a coisa não funcionou como foi pensada.
Após todos esses episódios, chegamos ao mês de novembro de 2009, onze meses antes da data da sucessão eleitoral e o que se observa é que Cícero Lucena ainda sobrevive, mesmo que fragilizado, mas, para tristeza de alguns, acumulando algo em torno de 14 pontos nas recentes pesquisas.
E o mais interessante é que os números alcançados pelo senador paraibano, na disputa pelo Governo da Paraíba, são méritos seus e de milhares de admiradores do projeto do PSDB.
Ou seja, são méritos daqueles que decidiram resistir e contrariar o discurso já fragilizado do “entreguismo” desenfreado, defendido por muitos, sabe lá com quais interesses.
Cícero parace estar mesmo determinado a manter a sua posição, mesmo com a já anunciada ameaça de disputa interna nas convenções partidárias, marcadas para o próximo ano.
Acontece que, pelo que vimos nos últimos meses, cada ação para sepultar o senador Cícero Lucena, tem funcionado com efeito contrário, tornando-o vítima em todo o processo que ora vivenciamos, dando-lhe oxigênio, maior envergadura, mais conteúdo, enfim, mais robustez, uma vez que a sociedade não é muito simpática a essa tese de que os verdadeiros amigos são merecedores de traições.
Cícero deve ter algo preparado para dar o “troco”. Não acredito que deixará por menos tudo o que tem passado e sofrido nesse segundo semestre de 2009. Ficará na sua memória e na sua lembrança.
Será difícil apagar cada discurso, cada pronunciamento, cada gesto, cada conspiração, cada anúncio de abandono, cada agressão, cada desfalque.
Cícero deve saber que já é o fiel da balança e que a manutenção do projeto do seu partido representa que a disputa deve mesmo ir para um eventual segundo turno.
Os atores ainda não estão definidos, mas, ele, Cícero, sabe, que será um dos protagonistas de um cenário que apontará o destino do nosso estado e pode ser devastador para os seus atuais desafetos.