Não sou muito adepto de adivinhações ou previsões futurísticas, mas todos nós sabemos como terminará essa novela envolvendo a divisão interna no PSDB do senador Cícero Lucena e do ex-governador Cássio Cunha Lima.
Mas, ao que parece, Cássio está mesmo convencido de que deve abandonar o velho companheiro de tanto embates e enveredar por outra alternativa nas eleições do próximo ano. Algo como se amigo de verdade fosse coisa descartável, fácil de jogar no lixo.
Agora, Cássio precisa também ter a capacidade de adotar todos os antídotos para que não aconteça com ele o que ocorreu com o PMDB e outras figuras da política quando decidiram se acoplar aos projetos de Ricardo Coutinho.
E a história está aí para mostrar os fatos e o resultado prático das relações problemáticas, vividas pelo hoje prefeito da capital.
E Cássio sabe dos exemplos, conhece cada episódio e precisa tomar cuidado para não encurtar o seu reinado como uma das maiores e mais emergentes lideranças da política paraibana.
Todo mundo sabe que o PMDB foi decisivo para a primeira eleição de Ricardo aqui em João Pessoa. Foi essencial o apoio de José Maranhão naquele momento específico e contra fatos não há argumentos.
A Paraíba também sabe o papel que teve na vida política de Ricardo Coutinho a deputada Nadja Palitot. Foi ela quem deu de bandeja a Ricardo, sem pedir nada em troca, a direção do PSB, partido ao qual hoje é filiado o prefeito pessoense.
Pois bem. Ricardo Coutinho acumulou ao longo dos acontecimentos históricos um leque de situações mal resolvidas, cheias de impasses e semeadas por desconfianças.
Com Maranhão e o PMDB todo mundo conhece o final da novela. Ricardo isolou o grupo que lhe deu apoio irrestrito na eleição de 2004 e a retribuição do “mago” foi negar ao partido em 2008 o direito de pelo menos indicar o candidato a vice-prefeito.
No caso de Nadja Palitot não foi diferente. Ricardo menosprezou, humilhou, achincalhou e, praticamente, obrigou-a a deixar a legenda que ajudou a construir na Paraíba.
O que pretendo dizer é que Cássio precisa rezar e encontrar um “santo forte” para não ser a próxima vítima. Cássio pode receber de Ricardo Coutinho, no futuro, o que está planejando contra Cícero Lucena nos dias de hoje.
DE OLHO NO STF: Os olhares de muitos políticos paraibanos estão voltados para o pleno do Supremo Tribunal Federal. Lá, alguns assuntos envolvendo o nosso estado esperam apreciação e podem definir muita coisa decisiva para o cotidiano e com fortes repercussões nas eleições do próximo ano. Além do julgamento da ADPF 155 que analisa o pedido de novas eleições, o STF também deve analisar a situação de inelegibilidade de figuras importantes do cenário paraibano. É esperar pra ver e pode ter novidades em relação ao segundo tema.
SEMANA DECISIVA: A próxima semana deve ter muito muído na política. A expectativa é de que o ex-governador Cássio Cunha Lima anuncie publicamente a sua decisão de apoiar o prefeito de João Pessoa Ricardo Coutinho. Será a oficialização da traição ao senador Cícero Lucena.
A REBORDOSA: Cícero, por sua vez, prefere esperar os acontecimentos e vai assistir de camarote o ato traiçoeiro se concretizar para decidir o que pode fazer. A verdade é que o partido vai rachar e tudo leva a crer que os embates serão mesmo idênticos à histórica confusão do PMDB, ocorrida num passado não muito distante.
APOIO DEMORADO: Nos bastidores, o comentário é de que Cássio pode antecipar o anúncio do apoio a Ricardo devido a uma cobrança da turma do “girassol”. Comenta-se a boca miúda que o produto foi “vendido” e a “mercadoria” não foi entregue no prazo combinado por quem negociou.
NÃO ESTRANHEM: Não se espante se nos próximos dias muita gente ligada ao ex-governador Cássio passem a integrar a administração do prefeito Ricardo Coutinho. A porteira pode ser aberta após a tão esperada declaração do menino de Campina Grande.
REVOLTADO: E por falar nisso, quem anda dizendo poucas e boas é o ex-deputado Ricardo Barbosa, que não está nada satisfeito com os últimos episódios. E o motivo pode ser algumas promessas não cumpridas. Barbosa, num lugar bastante freqüentado aqui em João Pessoa, andou dizendo barbaridades contra um dos candidatos ao governo do estado.
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