A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixa algumas pistas sobre o que pensa o principal mandatário do país e o seu partido, em relação aos embates que se sucederão nas eleições do próximo ano.
Lula, cercado por lideranças com pensamentos e projetos distintos, a exemplo de José Maranhão, Veneziano Vital do Rêgo e Ricardo Coutinho, no plano nacional, aliados do PT, não foi enfático como muitos esperavam sobre 2010, mas deixou nas entrelinhas uma série de pistas de como deve ser comportar o seu partido, na tentativa de continuar comandando o Palácio do Planalto.
O presidente deixou transparecer que a tentativa será mesmo a de tentar unificar a base aliada, incorporando os mais diferentes partidos que lhe emprestam apoio ao projeto de eleição de Dilma Roussef.
Quando Lula reafirma: “Sou um homem que acredita no diálogo”, passa a senha de que até 2010 ainda há a perspectiva de que grupos que hoje discordam podem sentar na mesma mesa e discutir a unificação do discurso.
Lula ainda fez questão de ressaltar que já esteve ao lado do governador José Maranhão em várias campanhas eleitorais e podem continuar juntos.
Na verdade, o líder maior do PT, quando aponta para a continuidade do diálogo entre seus aliados, passa a impressão de que todas as definições devem ficar mesmo para o próximo ano e que decisões já em 2009 devem permanecer somente na vontade dos que desejam antecipar o debate eleitoral.
Lula fez o papel de quem deseja todos os aliados juntos, no mesmo palanque, no mesmo barco, defendendo o mesmo projeto. Abraçou Maranhão, foi carinhoso com Veneziano e atencioso com Ricardo. Depois, foi embora, deixando tudo para o futuro, ao estilo de quem acredita que em política, nada se resolve de forma precipitada, pois o segredo é aglutinar, unir, engajar aliados.
A simpatia do povo pelo presidente
Chamou a atenção mais uma vez a simpatia que tem o povo paraibano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No seu segundo mandato, que normalmente se acumulam os desgastes naturais, Lula mantém uma popularidade ímpar e notória por onde passa com sua comitiva.
O cabeludo provocou a quebra do protocolo
O prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo, do PMDB, tentou e conseguiu convencer o presidente Lula a quebrar o protocolo das solenidades programadas para o estado. Lula atendeu o pedido feito por Veneziano e foi até o local onde está sendo construída uma creche modelo. Um investimento de mais de quatrocentos mil reais que recebeu elogios do presidente que ainda pousou para fotografias ao lado dos funcionários da obra e de outros populares. O cabeludo roubou a cena em meio a tantos melindres na visita do presidente Lula à Paraíba.
O ciúme na hora dos discursos
Era notório o semblante de ciumeira em vários políticos paraibanos no momento das solenidades de inaugurações, durante a visita do presidente Lula ao nosso estado. O cerimonial da presidência determinou que somente falaria o próprio presidente Lula, o governador José Maranhão, o Ministro da Educação Fernando Hadad e o prefeito Veneziano Vital do Rêgo. O semblante de tristeza estava espelhado naqueles que serviram apenas de platéia pra quem teve o direito de falar para o povo e para a imprensa.
Couto não gostou
Um observador atento ouviu quando o presidente Lula disse ao presidente do PT na Paraíba e deputado Luiz Couto a seguinte afirmação: “Primeiro vamos ver como o partido ficará após o processo de escolha da nova direção estadual que acontecerá em novembro. Depois disso é que poderemos acompanhar com mais precisão os próximos passos a serem dados pelo partido aqui no estado”. Esse recado não teria agradado o deputado Luiz Couto que saiu de Campina Grande reclamando do companheiro Lula.
A promessa do retorno
No discurso de inauguração do Instituto Federal, antigo CEFET, o presidente Lula adiantou que retornará à Paraíba no próximo mês de novembro. Segundo ele, sua nova viagem ao nosso estado servirá para inaugurar outras obras que já estão em execução.