O resultado da reunião de hoje, para definir os destinos do PSDB da Paraíba, ao que parece, não estava nos planos do ex-governador Cássio Cunha Lima. É público e notório que os que defendem a composição com o PSB de Ricardo Coutinho – leia-se Cássio, Arthur, Zenóbio e companhia limitada, foram até Recife com o firme propósito e convicção de que o pensamento e a tese do senador Cícero Lucena seriam destruídos, aniquilados, após o encontro com o presidente do partido, o senador pernambucano Sérgio Guerra.
Alguns, inclusive, já estavam com o grito de guerra ensaiado para o retorno ao nosso estado, acreditando que Cícero seria desmoralizado perante a direção partidária, com a concretização do aval do PSDB para a consolidação do apoio à candidatura do prefeito Ricardo Coutinho.
Com a decisão adotada durante a reunião, fica claro que, se o impasse continuar, a palavra final será dada pelo governador José Serra. Mas, para o presidenciável, essa situação não será muito difícil, pois ele sabe perfeitamente que o nível de compromisso e de fidelidade com o partido e com sua candidatura está mais presente na figura de Cícero. Serra sabe e disso não tem dúvidas que Cícero nunca montou comitês em defesa da candidatura de Lula, aqui na Paraíba, durante eleições em que o PSDB tinha candidato a presidente da república.
Acredito, sem tirar, nem por, que o critério da fidelidade e da confiabilidade é a principal desvantagem de Cássio nessa disputa pelo controle do partido aqui no nosso estado. E os exemplos estão postos como acontecimentos históricos recentes. Basta lembrar, por exemplo, que há bem pouco tempo, o PSDB travou uma das maiores lutas no Congresso Nacional, para barrar a aprovação da CPMF, um verdadeiro escárnio contra a população brasileira. E, Cássio, na condição de governador, filiado ao partido, preferiu ficar a favor de Lula, contra a orientação nacional da legenda, e pediu aos seus aliados que se acostassem à proposta oriunda do Palácio do Planalto.
Cássio tem contra si todos esses fatos, somados, de forma intrínseca, as informações de contatos seus com dirigentes de pelo menos duas legendas – o PTB e o PPS, que foram contatadas e que poderiam receber a sua filiação, no prazo limite para as acomodações partidárias no ano passado.
São fatos e precisam ser levados em consideração quando observarmos os próximos passos que essa novela tucana dará, em busca da solução de um impasse histórico no partido aqui no nosso estado.
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