A história política da humanidade é cheia de encruzilhada. No cenário paraibano, diria, tem mais encruzilhada do que política. Um exemplo típico, palpável é o ninho tucano no estado. Lá, muitos chafurdam, outros tantos regurgitam e a minoria morre de inanição.
Tomo emprestado a célebre frase do general romano, conquistador, tribuno e historiador, Caio Júlio César que, ao cair em desgraça perante os seus pares é assassinado, em pleno Senado, por 60 conjurados, entre eles um familiar insuspeito: seu sobrinho e filho adotivo. E teria dito em latim: Tu quoque, Brute, filii mei! ("Tu também, Bruto, meu filho!"). Cá, nos dias atuais, Cícero Lucena é sangrado dia-a-dia por muito de seus pares.
Tu quoque, Brute, filii mei! O nome poderia ser Rômulo, Ivandro, Romero, Zenóbio ou até mesmo Ruy. A traição é imensurável. A ganância é a mesma. A voz é de todos, mas não é a do dono.
Buscando outra personagem da história chego a Salomé. Em meio a dança para satisfazer Herodes Antipas, pede, em troca: "Quero a cabeça de João Baptista numa bandeja de prata”. A vontade lhe é feita. Cá, em terras tupiniquins, muitos seriam a Salomé de paletó e gravata. Mas quem seria o Herodes?
O símbolo maior da traição é representado, no entanto, por Judas Iscariotes, um dos 12 apóstolos de Jesus. Infiel e iníquo, Judas sempre pensou mais no ter do que no ser. Vendeu Jesus por trinta moedas, à época, esse era o preço de um escravo.
Os evangelistas dizem claramente que Jesus sabia, desde o princípio, quem eram os que não criam, e que era o que havia de entregar. Ele sabia, que o traidor seria um “amigo íntimo”.
A Cícero, o pecador, não lhe foi dado esse poder divino, mas pode obter uma resposta de seu amigo Cássio Cunha Lima.