Junior Gurgel
A mais preciosa de todas as ferramentas para uma conquista é a correta utilização da fé. Remove montanhas e as escala, por mais íngreme que sejam. Traz consigo o entusiasmo que desafia os obstáculos. É parturiente de uma força imensurável, que rompem barreiras e removem empecilhos inimagináveis, transformando fracos em fortes, na verdadeira hora de combater o bom combate. Neste curto trecho, procuro resumir a obra prima e best seller do autor Paulo Coelho, sobre seu livro – guia e um pouco autobiográfico – Diário de um Mago.
Entrevistando o então Prefeito de João Pessoa na Rádio Sanhauá, hoje Senador Cícero Lucena, indaguei-lhe se realmente ele era alquimista, e se tinha feito a caminhada de Santiago de Compustela como turista, curioso, ou com fé. Respondeu-me que a fez com fé. A partir daquele dia, comecei a crer nos caminhos traçados pelo Prefeito, com vistas chegar ao Palácio da Redenção. Mas, neste interregno, ocorreram diversos fatos que ensejaram um precoce e melancólico final de carreira, da sua vida pública. Denúncias, acusações, processos e até prisão. Imaginei que a alquimia teria dado certo para Paulo coelho – egresso das drogas, desacreditado nos meios artísticos e culturais como compositor e jornalista – foi premiado no mudo inteiro, antes de chegar ao Brasil. Calou a crítica literária e conquistou um assento na Academia Brasileira de Letras. Com o ex-Prefeito de João Pessoa o “Mago” verdadeiro (de Compustela), estava se tornando difícil transformar o “chumbo em ouro”. Era candidato ao Senado da República, enfrentando o milionário Ney Suassuna, ex-Ministro da Integração Nacional, líder do PMDB no Senado Federal, com o apoio do Presidente da República (Fome Zero) e do ex-Governador com oito anos de mandato, José Targino Maranhão. Olhando sob este prisma, enxergávamos a caricatura de um louco, quixotescamente rodeado por meia dúzia de sanchos panças, lutando contra moinhos de ventos. Só ele acreditava em sua vitória. Mesmo reconhecendo-se o prestígio e o peso do seu candidato à reeleição, Governador Cássio Cunha Lima, não víamos como se processaria a “colagem” do voto em cidades como, por exemplo, Campina Grande considerada terra de Ney Suassuna, figura que tinha sido decisiva na vitória do Prefeito Veneziano Vital do Rêgo em 2004.
Respeitando a experiência, idoneidade e seriedade do Jornalista Aécio Diniz de Almeida – na época realizando pesquisas eleitorais com o Instituto IBRAPE – estarreceu-me sua convicção ao afirmar: “O problema não é mais Cícero, este já está eleito, e Ney não consegue mais reverter o quadro. A questão é Cássio que vem caindo lentamente”. Como? Indaguei com ceticismo, e até certa indignação. Algo estaria errado. Ney havia sido Presidente da Comissão do Orçamento Geral da União e destinado recursos para os 223 municípios da Paraíba indistintamente. Quem conhecia Cícero Lucena em Juru, Tavares, Carrapateiras, Cacimba de Areia e mais de uma centena destes municípios, encravados nos grotões da Paraíba, difícil de identificar até no mapa! Porém, Aécio foi enfático: Nunca errei uma pesquisa em Alagoas (o método era o mesmo) e não vou errar aqui na Paraíba.
Transcrito do notíciaspb