O Sultão Feinho vivia angustiado. A exemplo de sapo com sal nas costas perdia água por osmose e corria o risco de morrer desidratado.
As vibrações transcendentais estabelecidas pelo canto do Maha Mantra Hare Krishna que havia decorado durante seus passeios no entorno da aldeota, não lhe trouxeram a paz desejada.
Em seu delírio persecutório, se sentia prejudicado por forças externas. O transtorno também o fazia esquecer os nomes. Lembrava-se apenas das cores. Era a marrom de um lado e a encarnada do outro, que estavam a lhe atormentar.
Acabrunhado, a armata do Sultão quebrou o código da cavalaria e descambou a falar sandices. O bando de maltrapilhos, que roubava de pano de ferida a calcinha no varal, acreditava que, em suas andancas, Feinho poderia ter contraído a síndrome de Creutzfeldt-Jakob ou até mesmo o mal da vaca louca.
O medo tomava conta do reino…
E se o sultão que já apresentava desordem de pensamentos, tremores e paralisia facial, tivesse um desvio de conduta e ameassace a promover loteamento político de cargos? Como ficaria então a promessa de muitas riquezas do feudo? A divisão deixava o coletivo em pânico.
No reino de Feinho, não se busca soluções. Os meios justicam os fins.