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Nó Cego!

          Em questões de política nunca vi tanto moído e velocidade nas mudanças de opinião como se tem tido nos […]

          Em questões de política nunca vi tanto moído e velocidade nas mudanças de opinião como se tem tido nos últimos tempos na Paraíba. Bastou o prefeito Luciano Agra dizer que Estelizabel “não é o melhor nome para suceder a prefeitura da capital” que um verdadeiro terremoto de acusações e revelações começaram a despencar de tudo quanto era lado. Também pudera, Agra sentiu o peso do que é uma punhalada nas costas principalmente quando essa arma vem de “fogo amigo” e cheio de rancor. Além do governador não ter deixado o prefeito ser candidato, ainda zombou de sua boa vontade e humilhou por duas vezes consecutivas a sua intenção. Pior ainda, chamou-lhe de ingrato e disse claramente que Agra só foi prefeito porque ele quis. Na verdade, o moído está apenas começando e muitos destes atores serão pegos em alguma curva até o final dessa trajetória. É só esperar para ver!

 Enquanto se troca farpas e acusações, o mundo gira em controvérsias de suas gestões e tanto o governo estadual como o municipal já não são os mesmos. Trocando em miúdos e como dizia Francisco Barreto no guia eleitoral, o governador está gradativamente “abandonando” João Pessoa porque sabe que muitas bombas irão estourar e ele não quer ficar perto para ver o que vai ser espalhado pelo ventilador de Água Fria.  Nesse caso, é provável que a explosão vá pipocar mesmo no colo do atual prefeito que, mesmo sem ter muito a ver com as falcatruas da gestão anterior, foi conivente e assinou, por exemplo, o superfaturamento da fazenda Cuiá, a mega verba de R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais) para um gari, os contratos da Jampa Digital, pagou caríssimo por livros escolares e deixou remédios essenciais serem vencidos e jogados no lixo. Caso haja justiça, não tenho dúvidas que o preço pago será alto podendo muita gente parar na penitenciária do Roger ou mesmo entrar em profunda “depressão pós poder”.

O que curiosamente alimenta essa dinâmica é o que move em torno de toda essa celeuma política. Enquanto parlamentares e defensores de Agra se mobilizam, assessores e parlamentares de RC se confrontam. Não é atoa que foi ventilado na imprensa que o PSB estuda renúncia coletiva na prefeitura para saber “quem é quem” na tentativa de mapear a nova radiografia do partido e saber quem deverá apoiar a candidata governista. Na literatura de cordel é o que seria “A peleja do Criador com a Criatura”.  Nesse caso quem não apoiar Estela será guilhotinado pelo “Rei”.  Só que a guilhotina está sendo utilizada por ambos os lados. Da mesma forma que o governador persegue e guilhotina antigos aliados, o prefeito faz o mesmo com seus auxiliares que verdadeiramente tem o DNA do governador.  O engraçado é que, caso Agra rompa definitivamente com o seu criador, alguns parlamentares e secretários da prefeitura serão pegos de calças curtas. Em quem será, por exemplo, que o “PT de Ricardo” votará? Ora, fizeram tudo para atrapalhar a candidatura própria do Partido dos Trabalhadores alegando acompanhar o prefeito Agra, o governador Ricardo e a aliança com o PSB. Agra já não é candidato e de repente tudo mudou dentro do próprio PSB. E se agora Luciano Agra assumir definitivamente que rompeu com Ricardo e o próprio governador exigir fidelidade desses aliados? Quero mesmo ver a cara desse pessoal!  Pense numa vergonha! Além de entregarem os cargos, vão sair com o rabo entre as pernas e com a fama de “dupla traição’ e a única forma de escapar é engolir a candidatura de Estelizabel e passar a mendigar uma boquinha nas tetas do Governo. O presidente municipal do PT, Antonio Barbosa, no entanto, apóia abertamente Luciano Agra e não quer conversa com outro candidato. Mas em quem Agra vai votar? Nonato Bandeira? Pelo que tudo indica a sua prioridade é a gestão e ainda não se sabe se ele declarará apoio a algum candidato. Sem o apoio de RC dificilmente Nonato decola, até porque o próprio governador já sinalizou que não quer. Nas entrelinhas a nova secretária de comunicação, leia-se Secom, diz que “não vai misturar política na sua gestão”. Isso é um recado curto e grosso para o antigo secretário que por muitos anos foi o principal articulador do governador. Há quem diga que um dossiê está sendo preparado pelo próprio governo para detonar Bandeira e enterrar de vez a sua pretensão. É a tática maquiavélica, que tanto Nonato Bandeira conhece e está sendo empregada mais uma vez pela gestão socialista. A partir de agora começa aparecer à verdade e a disputa interna passa a ser pública e notória. No meu entender é bom que isso aconteça para que a população tome conhecimento do grau de desequilíbrio que ronda os nossos governantes e seus agregados.  Pelo twitter a primeira dama do estado Pâmela Bório fez duras críticas a saúde de João Pessoa e a gestão de Roseane Meira, que coincidentemente é ex mulher do atual prefeito. Ora, mas Roseane não foi colocada por RC? É claro que a saúde sempre esteve péssima, mas por que só admitir isso agora? Já Sandra Marrocos pede para o colega e vereador Bira sair do Partido, tudo porque se posicionou a favor do “volta Agra”. Na verdade, Roseane detesta Estela,  Bira não apóia Estela, e nem tão pouco Agra irá apoiá-la. Pense num nó cego! E difícil de se desatar.

Enquanto as alianças começam a serem formalizadas para a sucessão de 2012, os chamados “vira casacas” se antenam para o que poderá acontecer nos próximos dois messes. Ninguém quer ficar fora do poder!   A aliança sacramentada do PT com o PP nas duas maiores cidades da Paraíba é, sem dúvidas, a principal novidade da semana. Incomodou tanto a classe política que até Cássio arriscou puxar a orelha do governador e dizer que está faltando diálogo.  A verdade é que tudo que Cássio fez como governador foi desmanchado na gestão de Ricardo e essa nova aliança (PT/PP) traz a perspectiva de um crescimento da “oposição com renovação”. Caso Luciano Cartaxo seja eleito prefeito de João Pessoa e Daniela Ribeiro prefeita de Campina Grande, o cenário de 2014 mudará completamente e a sucessão governamental trará surpresas ainda maiores podendo até, quem sabe, o atual Ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, se lançar como candidato ao Governo ou mesmo o PT se unir pela primeira vez nessa mesma intenção. É só pensar grande e com os pés no chão…

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