Quem conhece a trajetória política de um ditador sabe que jamais a opinião de aliados tem valor. Foi assim com Hitler, Stroessner, Kadhafi, Saddam Hussein e tantos outros que chegaram ao poder pela demagogia e imposição. A verdade é que todos eles foram blindados por um discurso incoerente, mas convincente. A capacidade de confundir, manipular as massas e induzir subservientes a acreditar na mentira é a cara desse sistema. Acontece que todos se emprenham pelos ouvidos e acabam sendo hipnotizados como se fosse mágica de esperança e ilusão.
É impossível esquecer que a maioria desses líderes mancharam a nossa história com idéias pecaminosas e indecentes e, que por muito tempo viveram nos braços do povo, sendo exterminados pela sociedade depois de terem efetuadas suas maldades e concluído seus planos mirabolantes.
Faz algum tempo que na Paraíba o bumbo da política bate nessa sintonia. Só que num ritmo diferente! A escolha de Estelizabel como candidata à prefeita de nossa cidade é uma prova de que quem acreditou em outra via ou imaginou que algum trunfo estava por vir, enganou-se por completo. A não ser que seja um “blefe” para confundir ainda mais a cabeça do povo e, de última hora, se puxe uma nova carta da manga. Acho pouco provável, mas não impossível quando se realiza a “política do tudo pode”! Quem observar as peças do quebra-cabeça vai entender que o seu nome foi planejado ha mais tempo do que se imagina.
Numa escolha traumática, cheia de moídos e traições, a sorte foi lançada e numa paulada só destruiu a alegria de outros pretendentes que nos bastidores trabalhavam suas pré-candidaturas. Não é de agora que o tabuleiro aos poucos vinha sendo construído, no silêncio e em surdina, mas tudo estrategicamente planejado. A decisão unipessoal do governador pode até ser para muitos uma decisão absurda, mas não deixa de ser corajosa. Ele já sabia!
Embora para muitos sua estratégia seja errada e contraditória, as suas ações tem mostrado que o improvável acaba dando certo. Arriscar faz parte da sua história. Ousar mais ainda. No caso de Estelizabel, a verdade é outra. Ela foi treinada para isso! Não foi à toa que Ricardo Coutinho a colocou para ser Secretária de Planejamento dando base e alicerce a seus conhecimentos sobre toda estrutura de nossa cidade. “Estela” vem das bases, dos movimentos sociais. Conviveu com os movimentos culturais e de mulheres além de ser exímia comunicóloga. Não a subestimem!
Por outro lado enfrentará muitas dificuldades. Dificuldades de cunho político. Dificuldades na construção da unidade de seu próprio partido. Dificuldades na construção de alianças e de relações pessoais. Enfrentará preconceito de vários segmentos da sociedade e será preterida por muitos. Essa é a verdade!
Nada disso, no entanto, faz da candidata “um passeio” para seus adversários. Muito pelo contrário. Por fazer parte da máquina e integrar a simpatia e indicação do “Rei” não tem como os súditos virem a reboque. Quem esperava outra opção ou planejou uma estratégia para se chegar ao poder, com certeza cairá em depressão. Para os que foram enganados resta aprender que já era tempo de saber que a batida do governo é conjugada, única e exclusivamente, na primeira pessoa do singular. Sendo assim, o tom da levada é “Eu quero, eu mando e eu posso”… E os cordeirinhos balançam a cabeça seguindo o velho ditado: “Manda quem pode, obedece quem tem juízo”. “Isso é Paraíba, isso é Brasil!”
A faca de dois gumes plantada com essa decisão poderá ter um fim trágico, mas caso dê certo, será o começo da reconstrução de uma nova trajetória ou a provável perpetuação da ditadura em nosso querido Estado. A história dirá! As nossas escolhas também!