A hora e a vez do PT!

   Sempre soube que o socialismo foi um sistema político criado para melhorar o bem estar das pessoas visando principalmente preservar seus direitos na intenção de distribuir qualidade de vida e igualdade para a população. Na Paraíba , no entanto, isso está longe de acontecer.  Mesmo distante da atual administração e sem nenhum vínculo com qualquer um destes gestores, observo as grandes contradições que ora passa a nossa querida Paraíba. Refiro-me a forma de como o governo se posiciona diante as três regras básicas que ele mesmo prega, mas não pratica. Desde a ascensão do governo socialista em nossa cidade, não se ouve falar de outra coisa senão em ética, transparência e honestidade. Será?

   Como pode o governo falar em ética quando na prática usa o nepotismo como uma arma confiável de suas transações? Como pode o governo falar de transparência quando a imprensa se cala para tantas arbitrariedades e replica denúncias verdadeiras tentando acobertar o errado visando unicamente o desvio dessas notícias? Como pode o governo falar de honestidade quando a cada dia um novo escândalo aparece e a sociedade se cala diante tantos absurdos? Alguma coisa está errada.

   A Paraíba, a partir da ascensão socialista em João Pessoa, teve a possibilidade de testar o “novo” na esperança de dias melhores. Enganaram-se todos! E todas também! Basta lembrar que quando Ricardo Coutinho assumiu a prefeitura da cidade, ela de certa forma estava debilitada e a colocação de um poste ou mesmo um banco de praça daria a visibilidade necessária para se ganhar a fama de “grande administrador”. Deu sorte! Mais sorte ainda teve quando conseguiu várias emendas de parlamentares ex-aliados que garantiram a verba para obras como a duplicação da Pedro II, a Estação Ciências, alças da Beira-Rio, construção de 5.000 casas, entre tantas outras que garantiram o título de bom gestor. E os milhões que vieram do PAC? É bom lembrar que nada teria acontecido sem esse empurrãozinho de Lula e o PT.  Na verdade vivemos uma enganação convencido por um discurso, por sinal muito bem construído, onde se prega, sobretudo, moralidade. Tudo mentira! Basta enumerar os sucessivos escândalos que não param de acontecer. Vivemos a era do caos!  O “Orçamento Democrático”, um “rebatismo” do “Orçamento Participativo” do PT, por exemplo, não funciona. As obras realizadas pelo OD não chegam a 3% do solicitado. O “Empreender JP” que agora foi ampliado para o Estado é outra mentira maior que serve para tirar do sufoco micros empresários principalmente em época eleitoral. É uma forma de oficializar distribuição de verbas com pouco critério e qualificação profissional. Tanto é que a maioria não consegue pagar o empréstimo ou fecha seus empreendimentos em menos de dois anos.

   A base do “socialista”, no entanto, foi criada dentro da ideologia petista. A diferença é que depois de sugar a filosofia e o modo petista de governar, o mesmo transformou o socialismo em um projeto pessoal e centralizador. Em outras palavras o que era para ser um projeto coletivo transformou-se em um governo para os mais chegados. É dessa forma que hoje se governa o nosso Estado e a nossa cidade. A sociedade, porém, não admite ser tratada com subterfúgios e enganações por muito tempo.

   Nessa perspectiva, para 2012, o PT aparece como uma alternativa real. O que não deveria acontecer, no entanto, é a disputa interna que ora passa o PT, mas que é natural por se tratar de um partido onde sua principal característica é o exercício da democracia. Por ser um partido plural e de debates, muitas vezes peca por “excesso de democracia”. É esse o problema! Não vejo como não avançar em um momento destes e acho qualquer tentativa de não lançar candidatura própria uma atitude no mínimo burra.   Ora, o PT é governo e tem uma Presidente. Quando nada tinha, o partido lançava candidato em tudo que era cidade e foi assim que chegou ao Poder. E agora? Será que vale a pena ser eterno coadjuvante e servir de escada para outras legendas? Sinceramente penso que não!

   Nessa perspectiva, o nome de Luciano Cartaxo desponta como uma alternativa concreta e que representa a juventude e a mudança que RC não conseguiu implantar, por estar mais para Collor do que para Lula e Dilma. Além de ser identificado com a cidade e provocar um sentimento renovador, cria-se a possibilidade de resgatar a auto-estima que se encontra abalada e sem horizontes. Na sua história foi vereador por quatro vezes, vice governador e é deputado estadual com um mandato vigilante e inovador. Portanto, experiência tem.

   O cenário político pessoense só avançará caso todos os partidos de oposição lancem candidaturas próprias. É o que penso! No caso do PT, quem não defende essa estratégia joga contra o partido, só justificando por interesses meramente pessoais e dispensáveis. É importante lembrar que o projeto socialista é chegar a Presidência e uma aliança agora com o PSB é literalmente alimentar a cobra de 2014. A Nacional sabe disso! Só não enxerga quem não quer ver ou não quer largar algum osso da atual administração. É necessário entender, no entanto, que o partido tem um projeto ideológico e não deve engolir a corda de quem jogou a história no lixo e foi em busca do Poder pelo Poder. Por essa razão, independente de qual seja o resultado das discussões, não tem como negar que essa é a hora e a vez do PT. É só querer!