Clilson Júnior

Traições, fugas, abandono, troca e troco

O texto de hoje é uma homenagem a volta de Gilvan Freire, que decidiu tirar férias e havia nos abandonado […]

O texto de hoje é uma homenagem a volta de Gilvan Freire, que decidiu tirar férias e havia nos abandonado na porta da igreja, digo, eleições 2014; Ele voltou, o filósofo voltou com todas as letras e reflexões com “TRAIÇÕES, FUGAS, ABANDONO, TROCA E TROCO“. valeu Gilvan Freire. 

 

 

“Traição quer dizer deslealdade”

Em principio, é preciso saber o significado usual das palavras para medir a força que elas têm na vida de certos povos ou de determinadas comunidades, ou ainda na explicação de alguns fatos socialmente relevantes. Certamente em poucas ocasiões estas cinco palavras poderiam ser usadas juntas ou de maneira a exprimir um acontecimento só, sem perda do sentido que cada uma tem na nossa língua, e sem derivações absurdas ou forçadas.


Vejamos o que expressam estes vocábulos, segundo os especialistas: Traição quer dizer deslealdade; quebra de compromisso. Fuga é retirada rápida; escapatória. Abandono é deixar; deixar só, desamparar; largar. Troca é ato ou efeito de trocar; dar uma coisa por outra; substituir uma coisa por outra. E troco significa réplica; revide.


Pelo visto já se sabe que tudo faz parte da linguagem política, uma atividade que concentra mais substantivos e adjetivos mal afamados do que boa fama. Mas, de que se trata então?  

 

RC, já foi dito noutra ocasião, vai ser vítima de uma debandada nunca vista antes na Paraíba. Seu governo, que promoveu sistematicamente o distanciamento de uma classe política inteira que se encantara, em certos momentos, pela figura do governador (mais antes da posso do que depois), não foi capaz de modificar os costumes seculares dos políticos, que sempre se dividiram entre os que estão com a boca na gamela da cocheira governamental e os que aguardam fora a espera de sua vez. RC criou o orçamento democrático para anulá-los, embora tenha dado milhares de empregos aos líderes e correligionários, certo de que eles raciocinam pelo estômago e se escravizam pelo fisiologismo.


O orçamento democrático é uma trapaça política e administrativa, um disfarce para que o governador governasse sozinho um orçamento fabuloso, destinando menos de 3% dele aos papangus que pensavam está representando o povo em assembleias populares sem expressão democrática, desconsiderando a representação dos mandatos eletivos. Foi um fiasco absoluto, e o governador usou os incautos para demonstrar e abusar de sua superioridade absolutista. O orçamento democrático não revelou um só líder e não construiu nada de especial, a não ser naqueles lugares onde o governo deveria fazer de oficio, em áreas como educação e saúde, que a administração é forçada a realizar para cumprir obrigatoriamente os percentuais constitucionais.


Depois do terceiro ano de governo, sem realizações de vulto pelo orçamento democrático, sem a confiança dos líderes políticos que alijou e sem ter criado um só líder real em qualquer lugar, RC começa a bater à porta dos políticos profissionais, a quem deu empregos e nenhuma atenção, mantendo-os como o regime escravagista mantinha os escravos gordos, só para que eles cumprissem o mando e a submissão incondicionais e reconhecessem seu dono. Foi precisamente ai onde RC lascou-se em bandas, porque os políticos só submetem a líderes que os ameacem com o próprio povo, ou os agrade com mais óbulos do Tesouro. E Ricardo nem conquistou o povo nem agradou aos dois, e está chegando a hora de devolver o Tesouro, que usou para fazer o que quis devida e indevidamente, sem dar satisfação a ninguém. É um estúpido que ignora o que o povo pensa a respeito de seu governo e para onde o povo pende em suas paixões políticas.


Muitos trairão RC, antes e depois que o galo cante pela primeira vez. Haverá sempre uma boa justificativa para as fugas, que se darão à noite ou à luz solar, e ainda se dirá que RC é que é excludente, pela inafetividade, ou seja, é ele que expulsa pelos maus tratos. Parecerá aceitável que muitos o troquem por outro mais chegado, mais amável, mais maleável, menos soberbo e tirano. E onde ficará o abandono? Bem, o abandono é o troco dos que se sentem abandonados, mesmo os que ganharam alguma coisa para ser escravos. Pois o que todos querem mesmo é um pouco de atenção do governante, mais um pouco de favores da governança, e a liberdade de escolher quem melhor lhes serve – e isso é desde os tempos mais antigos e dos maus costumes mais provectos.

COMPARTILHE

Bombando em Clilson Júnior

1

Clilson Júnior

19 de março de 2017, Lula em Monteiro

2

Clilson Júnior

Vené, o senador de Lula

3

Clilson Júnior

E agora Ruy Carneiro?

4

Clilson Júnior

O Big Brother do Padre Egidio e as gravações que vão balançar o poder

5

Clilson Júnior

Padre Egidio na cadeia, viva o TJ da Paraíba