Clilson Júnior

Tarifa de ônibus/JP e “o grande salto” de 91% de aumento

Ricardo Coutinho iniciou sua gestão a frente da Prefeitura de João Pessoa com uma passagem do transporte coletivo custando apenas […]

Ricardo Coutinho iniciou sua gestão a frente da Prefeitura de João Pessoa com uma passagem do transporte coletivo custando apenas R$ 1,15 (um real e quinze centavos). Em fevereiro de 2005, autorizou seu primeiro reajuste como prefeito da capital na ordem de 13%, elevando a passagem para R$ 1,30 (um real e trinta centavos).  Em novembro de 2005, para agradar os empresários ricos que exploram o sistema de transporte público em João Pessoa, o Mago autorizou outro aumento. Coube a Manoel Júnior, prefeito interino de João Pessoa à época, autorizar outro aumento de 10% em dezembro de 2006, elevando a passagem para R$ 1,60 (um real e sessenta centavos), ou seja, nos dois primeiros anos de governo girassol, a passagem saltou de R$ 1,15 para R$ 1,60, representando um percentual de reajuste de (olha a coincidência) 40%. Assombrosamente a inflação do ano de 2005 foi de 5,69% e em 2006 apenas 3,14% no Brasil.

 

Dizem que de grão em grão a galinha enche o papo, assim funciona a metodologia dos aumentos das tarifas de transporte em João Pessoa. A passagem foi subindo, subindo e subindo chegamos às férias de janeiro de 2011 ao patamar de R$ 2,10 (dois reais e dez centavos). Agora, em janeiro de 2012, lá vem Agra com outro presente de grego. O Conselho de Transportes e Trânsito (CTT) queria R$ 2,30 (dois reais e trinta centavos), mas São Agra só autorizou R$ 2,20 (dois reais e vinte centavos).

 

Nesta brincadeirinha de aumento aqui e acolá, de 2005 até a data de hoje as passagens de ônibus em João Pessoa saltaram de R$ 1,15 para R$ 2,20, o que representa um astronômico reajuste de 91,3 %.

 

Existe um Conselho Tarifário de “faz de conta”, que age sem transparência que sempre cumpre a risca uma regrinha fajuta para beneficiar os empresários. Eles apresentam um preço de tarifa superior e impactante, e o prefeito (seja lá quem for o mandatário) se apresenta como bonzinho, rejeita os preços apresentados e reduz alguns centavos. Sempre, em todos os aumentos da era Ricardo e Agra a fórmula foi repetida.

 

Agora, observe abaixo a inflação no Brasil no período

2005 = 5,69%

2006 = 3,14%

2007 = 4,46%

2008 = 5,90%

2009 = 4,31%

2010 = 5,91%

2011 = 6,5%

 

Para não dizer que não falei das flores, em 2005 uma pesquisa da ANP (Agência Nacional de Petróleo) registrou como preço médio do litro do diesel em todo Brasil de R$ 1,67. Agora em 2012, ainda é possível comprar o litro do diesel nas bombas de João Pessoa por apenas R$ 1,92 (um real e noventa e dois centavos), ou seja, enquanto as passagens aumentaram na ordem de  91,3 % o diesel, um dos itens que compõe a planilha para composição da tarifa de ônibus teve uma elevação de apenas, pasmem vocês, 14,9 % em oito anos.

Em permanente confronto consigo mesmo, o coletivo de Ricardo Coutinho já desfrutou a sensação de estar do lado das categorias que hoje enfrenta, sejam estudantes ou alternativos. O então vereador Ricardo Coutinho já defendeu a legalização dos transportes alternativos na Capital, conforme o vídeo abaixo, gravado em setembro de 1997, em plena campanha para deputado estadual. Este vídeo mostra Ricardo defendendo os transportes alternativos. No discurso, de mais de dois minutos, Ricardo denuncia a irregularidade na concessão pública das empresas de ônibus da Capital. “Todas elas ganharam concessão de forma ilegal”, dispara Ricardo, num pronunciamento contundente, provocando a bancada do então prefeito Cícero Lucena a contestá-lo.

 

A denúncia se refere à falta de licitação para contratação de empresas de transportes coletivos. Processo que ainda não foi realizado na atual gestão. Ricardo foi eleito em 1998 como um dos deputados estaduais mais votados da Paraíba. Na época, como mostra a fita, Ricardo dizia que era preciso “reabrir a alternativa de transportes onde os ônibus não consigam chegar”.

 

“Além disso”, disse Ricardo no discurso na Câmara, “o alternativo é um instrumento de política de transporte importante para aqueles que não conseguem andar de carro particular, descongestionando, inclusive, o trânsito dessa cidade de 17 mil veículos”, diz Ricardo.

 

Na época, Ricardo dizia que era preciso “reabrir a alternativa de transportes onde os ônibus não consigam chegar”.

 

Veja o pronunciamento do prefeito Ricardo Coutinho em 1997 na Câmara Municipal de João Pessoa.

 

Antes de assumir Ricardo dizia:

“Pretendemos reabrir uma alternativa de transportes onde os ônibus não consigam chegar”

 

Antes de assumir Ricardo dizia:

“Ilegais são as empresas de ônibus de João Pessoa. Todas elas ganharam concessão de forma ilegal”

 

Moral da história, o povo que sifú!

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