Luciano Agra é um personagem que sobrevive no meu imaginário, mesmo sem nunca ter convivido por alguns segundos com esta figura que partiu há exatos 6 meses. Um dia recebi uma ligação de Agra, intermediada por Ricardo Barbosa, hoje deputado estadual. Eu havia criticado sua gestão em coluna neste mesmo espaço. Confesso que escrevi algo carregado de emoção e com muita pimenta.
A ligação de Agra doeu.
– Bom dia Clilson Júnior
– Bom dia, quem fala? – fui logo perguntando.
– É Luciano Agra.
– Diga prefeito. Sou seu admirador viu! – logo ironizei perplexo, achando que receberia aquela bronca de quem acabara de escrever algo cortante e pesado.
– Estou te ligando para dizer que vou apurar a sua denúncia e que sou admirador de jornalistas que fazem críticas, mesmo que elas sejam contra mim. Grave essa frase: “A imprensa, toda a imprensa, faz bem ao governo – principalmente quando critica. Governo não precisa do “sim” da imprensa. Governo evolui com o não da imprensa”.
Por curiosidade perguntei: – De quem é esta frase prefeito?
– Do jornalista gaúcho Luiz Cláudio Cunha.
E conversamos por alguns segundos.
Naquele dia tive a sensação que estava diante de um homem do bem. Nunca na minha vida ouvi de alguém falar alguma coisa negativa de Luciano Agra como pessoa capaz de fazer algum mal à outra. Nessas brigas de idas e vindas, me tornei meio-amigo de Roseana Meira, com quem de quando em quando troco ligações que sempre ultrapassam a medida do tempo. Falo por horas com Roseana e sempre escuto da ex-mulher de Agra todas as qualidades do eternamente Luciano.
Agra tinha uma coleção de palhaços e acreditava em Anjos. Tinha uma pureza tão grande que transbordava em sua áurea a figura de um homem ingênuo e sem maldade.
Minha grande frustação enquanto pessoa, é não ter tido a oportunidade divina na vida de ser amigo de Agra.
Que Deus todo poderoso continue abençoando sua memória, Agra dos Anjos.