Suplente de boa vida, Raimundo Lira é hoje um senador sem voto. Chegou ao Senado sem passar pelo crivo das urnas. Hoje integra a cúpula do poder político brasileiro. Infelizmente representa a Paraíba. Considerado o senador mais rico do Brasil, com uma fortuna declarada com R$ 54,34 milhões. Se alguns senadores são considerados verdadeiras Ferraris, Lira é o que pode chamar de senador Tuk Tuk, a alusão ao triciclo famoso na Índia que serve como transporte popular.
Caridoso, foi doador de campanha de Vital do Rego, hoje ministro do TCU. Fez doações ao titular da vaga no valor R$ 870.000,00 (oitocentos e setenta mil reais) declarados. A quantia parece pequena para o bilionário Raimundo Lira, mas para um trabalhador brasileiro que ganha um salario mínimo mensal, levaria 83 anos para juntar a doação feita, por amor ao ministro Vital.
Ganhou a titularidade, jamais notoriedade. Essa semana votou contra os trabalhadores do Brasil, também pudera, empresário bem-sucedido, jamais deu um prego em uma barra de sabão na qualidade de trabalhador assalariado para saber a importância do seguro-desemprego na vida de um operário.
Raimundo Lira ajudou na aprovação da Medida Provisória que retira direitos da classe operária. Agora o trabalhador só terá direito ao seguro-desemprego se tiver trabalhado por pelo menos 12 meses nos últimos dois anos. Antes precisava de apenas seis meses. Mas Lira acha pouco.
Para lascar de vez com os trabalhadores do Brasil, Raimundo Lira também mexeu no abono salarial, que agora o trabalhador que recebe até dois salários mínimos deverá trabalhar por três meses para ter direito ao benefício. Atualmente o dinheiro era pago a quem tenha exercido atividade renumerada por, no mínimo, 30 dias consecutivos ou não, no ano.
Raimundo Lira só não mexe no próprio umbigo. Hoje carrega o título de campeão no número de empregos no gabinete parlamentar, a maioria indicação de Vital que deu de mão beijada a vaga no Senado para Lira.
Lira não nos representa, é um senador Tuk Tuk!