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PT: ser e não ser?

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Dica de Blog e Leitura: "PENSAMENTO MÚLTIPLO
 – http://pensamentomultiplo.blogspot.com/

data-src=/artigos/arquivos/Flavio.JPGPensamento Multiplo é o blog de um grande amigo que fiz no movimento secundarista. Flávio Lúcio Rodrigues Vieira, hoje professor do Departamento de História da UFPB.  

PT: ser e não ser?

Com este post, daremos início a uma série de textos que tem por objetivo contribuir para uma análise da atuação do PT na Paraíba, atualmente envolvido numa divergência de grande porte: quem deve ser o candidato do partido a governador em 2010. No post de hoje, introduziremos o problema e já anteciparemos a alternativa de aliança com Ricardo Coutinho, do PSB. Amanhã, será a vez do "maranhismo petista".

Para quem não conhece, o PT é mesmo um partido muito estranho. Aos olhos da população, o partido do Presidente Lula expõe demasiadamente em público suas fraturas internas quando suas “tendências” se enfrentam em disputas através de acalorados embates políticos. Entretanto, principalmente na Paraíba e após a conquista do Governo Federal, em 2002, tais embates têm deixado cada vez mais de lado as antigas diferenças ideológicas, que demarcavam a formação das alianças partidárias internas, para dar lugar a uma disputa cuja principal característica é o abandono de projetos de democratização do Estado ou de desenvolvimento com justiça social, ou mesmo de políticas mais audaciosas de Reforma Agrária, por interesses mais imediatos de ocupação de espaços políticos pelos grupos organizados. E, claro, isso se reflete numa política de alianças cada vez mais frouxa ideologicamente por parte dessas tendências do PT. Esse tema será objeto de um post dessa série.

O mais novo embate público teve início no fim da semana passada, com o lançamento de um manifesto por parte de setores do PT que voltaram a se reaglutinar depois de 6 anos, em apoio à candidatura do valoroso deputado federal, Luiz Couto, e em alinhamento com a candidatura a governador do prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho. Essa iniciativa teve a pronta resposta através de críticas públicas feitas pelo Secretário-Geral do PT estadual, Josenilton Feitosa, que expressou sua insatisfação ao movimento dessa banda do PT, que tem como consequência a antecipação da campanha de 2010 e das articulações para definição das chapas. Feitosa falou em nome do PT maranhista, “tendência” que inclui, entre outras lideranças, o vice-governador Luciano Cartaxo e os deputados estaduais Jeová Campos e Rodrigo Soares, além de ex-deputado e atual superintendente do INCRA na Paraíba, Frei Anastácio. Em tempos atrás, ninguém pensaria ser possível essa aliança. Hoje, ela tem uma coerência interna que se sustenta por si só.

Entretanto, o que menos se discute são as diferenças políticas e programáticas entre os diferentes agrupamentos. Nos dois lados. Comecemos pelo PT “ricardista”. Por exemplo, é pública e notória a aproximação do prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho, com o ex-governador Cássio Cunha Lima e seu grupo. Esse fato, para o PT, não deveria ser incômodo algum se Cássio não pertencesse ao PSDB e defendesse a candidatura desse partido à Presidência da República, em oposição, portanto, ao projeto nacional do PT.

Ora, esse fato, num ambiente de clareza política e programática constituiria uma fronteira “natural” entre o PT e essa articulação que, infelizmente, conta com a chancela do prefeito Ricardo Coutinho e do seu grupo no PSB. Em termos programáticos, mais ainda. O que foi o governo Cássio Cunha Lima? Em que a Paraíba avançou nos últimos 6 anos? No que é caro à tradição política e administrativa do PT, o governador cassado representa exatamente a negação desses princípios, que envolve a defesa de um modelo de desenvolvimento com distribuição de renda, de democratização do Estado, de impessoalidade e transparência na gestão pública, entre outras coisas.

Mas, ao que parece, esses não são motivos suficientes para afastar o PT dessa aliança entre PSB e PSDB, que, mesmo sendo “branca” (ou “laranja”), dará no mesmo: a política paraibana continuará na mesma, sem incorporar os avanços que já estão em pleno andamento no Brasil e em especial no Nordeste.

Amanhã eu volto para falar sobre o PT maranhista. 

Flávio Lúcio
Professor da UFPB

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