Sozinho da Silva. Ricardo Vieira Coutinho se encontra neste instante igual ao Rei da estória de um alfaiate esperto que foi chamado pela corte para que lhe fizesse as vestes. O alfaiate então costurou o ar, ao redor do rei, perguntando-lhe o que achava. O rei, com uma mistura de vaidade, orgulho e mesmo ingenuidade concordou que sua roupa era digna de sua nobreza, embora ele mesmo se visse nu ao espelho. Como o mala do alfaiate podia ver o tecido e ele, o próprio rei, não? O bobo do rei chamou a corte e apresentou sua nova roupa e mesmo desfilou pelas ruas, vestido de sua própria nudez. Parte da corte e da população, também não admitiam que o rei estava nu, forçadas pelas próprias ilusões e ignorância. Ricardo está nu, está só, não tem mais ninguém.
Esse faz de conta que ele anda bem, gera tentativas desesperadas de afastar da opinião pública a possibilidade de uma candidatura do senador Cássio Cunha Lima ao governo do estado nas eleições do próximo ano, onde os “amigos do Mago solitário” insistem a todo custo em pregar que o tucano não tem intenção nenhuma de voltar a comandar os destinos do estado e, sim, de coordenar a campanha do presidenciável Aécio Neves.
Ao agir pela emoção, movidos pelo destempero, eles esquecem de uma coisa: em qualquer dos cenários, o “Mago Solitário” não terá seu amuleto da sorte ao lado e vencer as eleições será uma missão impossível, pelo simples motivo, não tem exercito nem aliados.
Conhecido pelo seu temperamento forte, o governador “treme nas bases” e demonstra sua fragilidade diante da força política inquestionável e invejável do senador Cássio Cunha Lima, que todos os dias é cobrado para retomar o comando do Palácio da Redenção.
Ciente disso, a oposição está brincando com os sentimentos de Ricardo, pois além do fantasma de Cássio, ao se olhar no espelho, Ricardo é obrigado a engolir Veneziano Vital, predestinado a ser, também, governador da Paraíba.
Enquanto Cássio não responder ao apelo do povo e da classe política, a Paraíba continuará pegando fogo e Ricardo vai secando, pelado, nuzinho com a mão no bolso.
“Você pode enganar uma pessoa por muito tempo; algumas por algum tempo; mas não consegue enganar todas por todo o tempo”. Confesso que jamais imaginei que esta frase de Lincoln cairia tão bem a essa farsa de projeto político chamado Ricardo Coutinho.