Se não bastasse que a gasolina brasileira já chega nas bombas com 27% de álcool, o que significa maior consumo, já que o álcool possui menos poder calorífico em relação à gasolina pura, hoje fomos surpreendidos pela venda da gasolina batizada, misturada, com água, muito água. O fato aconteceu nesta terça-feira no Posto Opção da Avenida Dom Pedro II.
Quem descobriu a água na gasolina foram os próprios usuários, todos atraídos pelos preços abaixo do mercado majorado pela rede de postos Opção do Nelson Lira. Na verdade não era gasolina que estava sendo ofertada aos clientes, e sim uma mistura de álcool, gasolina e água, muita água.
Se nos Estados Unidos, onde o setor petrolífero é dominado por empresas privadas o preço da gasolina caiu e voltou ao mesmo valor nominal de dez anos atrás, sendo vendido em média de R$ 1,90, aqui na Paraíba, cujo setor é controlado por uma estatal, somos obrigados a pagar o maior valor da história do real, chegando a R$ 3,60 em algumas localidades.
Mas para quem apelar? Durante esse incidente no Posto Opção no dia de hoje, dezenas de usuários que se sentiram lesados pelo posto de combustível, tiveram outra decepção com o Procon Municipal de João Pessoa, dirigido pelo dublê de Celso Russumano, Helton Renê. Os consumidores disseram que não conseguiram registrar suas reclamações através do 0800 do Procon de João Pessoa, já que nenhuma ligação foi atendida durante diversas tentativas. Renê tentou justificar o injustificável, disse que era obrigação mesmo dos consumidores aguardar no mínimo 15 minutos por um atendimento. Moral da história, para Helton, o povo é que se lixe!
Se o Procon de João Pessoa e Helton Renê não servem para nada, quem fiscalizará a água na gasolina de outros postos semelhantes aos da Rede Opção de Nelson Lyra? Ninguém!
Os empresários podem vender quanta água quiser na gasolina que jamais serão visitados. Acabou a fiscalização faz tempo na Paraíba. Gasolina adulterada, bombas que cobram mais do que abastecem e todas as denúncias relacionadas qualidade estão suspensas na Paraíba desde o dia 24 de fevereiro. Todos os consumidores estão desamparados e sem saber a procedência da qualidade do combustível.
O contrato entre a UFPB e a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) encerou-se após cinco anos de parceria com o laboratório de Combustíveis e Materiais (Lacom) da UFPB que vinha monitorando os combustíveis vendidos nos postos na Paraíba.
De acordo um técnico da ANP, o Laboratório de Combustíveis e Materiais, a UFPB preparou-se, montou infraestrutura, concorreu e ganhou a licitação promovida, em dezembro de 2009, pela Agência Nacional de Petróleo. Também disputaram o direito de fazer o monitoramento a Universidade Federal do Rio Grande do Norte e a Universidade Federal de Pernambuco.
Para ter uma dimensão do universo monitorado pela UFPB e ANP, apenas em João Pessoa eram visitados 131 postos de gasolina. Como não previsão para novo contrato de monitoramento e não se sabe quando serão retomados os trabalhos, todo combustível comercializado a partir de hoje na Paraíba ficou desamparado de fiscalização e teste laboratoriais para aferição e qualidade.
Gasolina com água é pouco. O povo é que sifú!