Clilson Júnior

Cruz de Sangue: matança de PMs vira estatística aceitável

Foi Dácio Ramos que queria me levar para a Polícia Militar da Paraíba. Naquela época não existia concurso e os […]

Foi Dácio Ramos que queria me levar para a Polícia Militar da Paraíba. Naquela época não existia concurso e os batalhões incentivavam seus praças indicarem um amigo para corporação.  Em cima da hora desisti, queria mesmo era fazer faculdade. Sempre acompanhei de perto o trabalho destes bravos militares da Paraíba. Meu avô, José Aprígio de Lima, foi maestro da Banda da Polícia Militar da Paraíba. 

 

Os números proporcionais em termos de perda de profissionais de segurança pública, em relação ao Brasil, nós temos o número ACEITÁVEL  

Cresci acostumado e educado a ter respeito pelo trabalho de todos os agentes de segurança da Paraíba. Antes havia respeito, hoje, lamentavelmente, ser PM é sinônimo de ter uma carreira insegura que começa na saída de casa para o trabalho. A cada dia mais PMs estão sendo executados e depois de enterrados, só resta a família uma medalha “Cruz de Sangue” que não vale nada. Depois de enterrados só resta os vencimentos reduzidos em forma de pensão, já que além da dor de um filho perder um pai e sua esposa, um companheiro, a família fica órfã financeiramente e condenada a sobreviver com um salário reduzido em até 40%, já que os militares recvebem miserávelmente enquanto vivos e  sobrevivem de gratificações – tipo gorjeta, que não se incorpora salário.


Temos na Paraíba um batalhão de zumbis, obrigados a dobrarem serviços para saírem da zona de miséria. Nossos militares também são prestadores de serviços a terceiros, os famosos “bicos”, um faz tudo para ter meia  dignidade.


Nesta terça-feira (18), um cabo da Polícia Militar identificado como Tayrone foi assassinado no Cuiá, localizado na Zona Sul de João Pessoa. O militar foi atingido por três tiros, um deles na cabeça.  Tyberio virou estatística ACEITÁVEL. No início deste mês, o coronel da Polícia Militar, Severino Epaminondas de Souza, de 57 anos, foi baleado em Fagundes, no município de Lucena e Também virou estatística ACEITÁVEL


Em julho, um Sargento da Polícia Militar foi morto e outro ficou ferido no Bairro Tibiri II, na cidade de Santa Rita, região metropolitana da Capital. Também em julho o Cabo PM Ubirajara Moreira Dias (Bira), foi morto com um tiro de espingarda calibre 12, durante um assalto a um posto de combustíveis em Patos, Sertão do Estado. Mais dois para estatística ACEITÁVEL.


Em abril deste ano, um agente aposentado da Polícia Rodoviária Federal (PRF), de 61 anos, foi assassinado na porta de casa. João Francisco da Silva foi morto no bairro Jardim Veneza, em João Pessoa. Também em abril um agente penitenciário aposentado foi morto a tiros em sua residência, no Bairro 13 de Maio, na Capital João Pessoa. A vítima foi identificada como, José Marcelino Mota do Nascimento. Estatística ACEITÁVEL, entedeu?

 

Em março,  um Agente Penitenciário identificado como também virou estatística ACEITÁVEL. Ivonilton Wanderley Coriolano Júnior, 38 anos, que era filho de um conhecido Delegado de Policia Civil, foi encontrado morto com os pés e mãos amarrados dentro do Rio Jaguaribe na Capital.


Em fevereiro foi a vez do sargento Pedro Marques da Silva, 52 anos, de nome de guerra “Da Silva”, virar estatística ACEITÁVEL. Ele destacava na cidade de Diamante foi assassinado na sua residência, localizada na zona rural de Ibiara, Sertão da Paraíba. Outro que virou estatística ACEITÁVEL também em fevereiro foi o sargento Antônio da Silva, 48 anos, assassinado a tiros no bairro do Centenário em Campina Grande.


Acabou o caô! 

 

Bandido não tem mais medo, nem respeita a polícia. Os marginais estão ousados e bem armados. Este governo  decidiu acabar e massacrar esta categoria, reduzindo-a em estatística ACEITÁVEL.


Hoje o comandante disse durante entrevista que é “aceitável” morrer apenas 10 homens da segurança pública das Paraíba em 2015: Infeliz comandante, o senhor foi infeliz: “… os números proporcionais em termos de perda de profissionais de segurança pública, em relação ao Brasil, nós temos o número ACEITÁVEL”.


Quando a morte de um militar vira estatística aceitável e tais execuções é banalizada pela sociadade como mero número, me perdoem amigos, acho que tomei a decisão acertada, senão, talvez, minha família guardaria hoje como minha lembrança,  aquela tal medalha “Cruz de Sangue” já que minha pretérita execução tambem estaria ponderada dentro da normalidade.


Não, não é normal, não é aceitável a quantidade de militares que estão sendo executados nos últimos anos na Paraíba. Não aceito! Estamos vivenciando uma total inversão de valores, onde o mal anda vencendo o bem. 


Policiais: militares e civis, uni-vos antes que a próxima vítima “aceitável” seja você!

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