Clilson Júnior

Aumento para Polícia até sexta: “ou dá ou desce”

Existe um provérbio chinês que diz: “Há três coisas que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e […]

Existe um provérbio chinês que diz: “Há três coisas que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida” . Baseado na sabedoria oriental, é que o ex-presidente da Associação dos Policiais Civis da Paraíba (Aspol), Flávio Moreira, tem até a meia noite desta sexta-feira para cumprir com sua palavra de homem, de escoteiro e de policial, já que no dia 11 de março deste ano, acreditando na promessa do governador Ricardo Coutinho, fez circular uma cartinha que prometeu pedir demissão do pomposo cargo que exerce no Detran e já no próximo sábado, dia 1º de outubro, montar acampamento naquela mesma praça em frente ao Palácio da Redenção, onde trabalha o dito cujo, nosso governador. Flavio garantiu que Ricardo daria aumento para polícia até esta sexta-feira, dia 30 de setembro..

 

Pelo que conheço, Ricardo deverá anunciar aumento hoje mesmo, senão Flávio deixará o Detran. É melhor Ricardo liberar geral. Sim, antes que esqueça, Flávio Moreira, autorizou qualquer cidadão a chamá-lo de “Judas”, caso não cumpra o prometido.

 

Confira abaixo a íntegra do documento distribuído e publicado no dia 11 de março deste ano nas seguintes páginas e endereços:

Associação de Sargentos Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar

http://www.asstbm.com.br/2011/2011/03/pb-flavio-moreira-promete-que-%E2%80%9Cvai-a-praca%E2%80%9D-se-rc-nao-cumprir-recomposicao-salarial-ate-setembro/

PARAÍBA EM QAP

http://www.paraibaemqap.com.br/noticia.php?id=6676

 

CARTA ABERTA AO POVO PARAIBANO

Há momentos em que não podemos silenciar, sob pena de não sermos perdoados pela história. Após a opção de ser membro de um governo que quer uma nova Paraíba, passei a carregar comigo a pecha de traidor e de vendido, sem nem de longe o ser. Fiz a opção por trabalhar por todo o povo do meu estado, a exemplo do que fiz pelos policiais civis, categoria a qual pertenço com muito orgulho e que hoje alguns pseudo-líderes sem escrúpulos dizem representar, sem serem referendados por quem de direito.

 

Não me arrependo de minha escolha e como deveria fazer e fiz, deixei a presidência da Associação dos Policiais Civis de Carreira da Paraíba – ASPOL/PB, entidade que fundei e dirigi por 4 anos de muita luta. Neste 4 anos, as conquistas foram significativas, mas certamente ainda estão muito longe do ideal.

 

Devo aqui, ainda que tardiamente, uma justificativa a tantos que sempre nos confiaram a sua representação, a qual exercemos com toda a dedicação e empenho que é possível a um líder classista. Como era de se esperar, ao optar por fazer parte do governo, ou seja, sentar do outro lado da mesa, fui alvo de muitas críticas, calúnias, mentiras e até de ameaças. Faço um breve histórico dos fatores que me levaram a aceitar o convite, começando pela parte política. Sou filiado ao PSB, desde 2004 (a ASPOL foi fundada em 2006) e desde o meu primeiro voto, aos 16 anos, votei em Ricardo para todos os cargos que ele se candidatou. Acredito que será o melhor governador que a Paraíba já teve e certamente o melhor para os policiais, principalmente os da base, agentes, escrivães, soldados, cabos e sargentos, sempre preteridos por oficiais e delegados.

 

Construí, juntamente com mais de um milhão de paraibanos, uma chance de mudança para a Paraíba. Jamais aceitaria fazer parte de um governo que não tivesse do seu líder maior, o governador, a garantia permanente de que as mudanças virão e não só uma nova polícia será construída, mas sim uma política verdadeira de segurança pública, a qual Ricardo sempre defendeu e tenho absoluta convicção que aplicará. Aliás, no dia em que não enxergar no governo essa linha de ação, serei o primeiro a entregar o cargo e ir à Praça João Pessoa, como tantas vezes fiz.

 

Mas não o fiz da forma que hoje agem os líderes do movimento. Coincidência ou não, são todos derrotados da última eleição ou líderes de uma proposta só e que por sinal não aprovaram nenhuma delas. Antes que o digam, não fui eleito, mas orgulho-me dos 4474 votos sinceros e gratuitos. Dirijo-me ao companheiro militar Major Fábio diretamente, para pedir-lhe que não dê aos policiais da Paraíba o mesmo fim que quase deu à verdadeira PEC 300. Prorrogou, não fez acordo com o governo federal e qual foi o resultado? Multiplicou sua votação, mas pro bolso do policial que é bom, nada.

 

Não faça, caro Major, o que fez no congresso nacional. Não prejudique os policiais da Paraíba alimentando um sonho que todos sabíamos que não é possível da forma que foi, mas é possível com um acordo que o governo já sinalizou. Não prejudique a população da Paraíba, pois já bastam os criminosos que atormentam as famílias paraibanas. Não engane, dizendo que uma lei feita fora do prazo é legal! Quando o governo passado, hoje derrotado, não quis nos receber para negociar, o que fiz? Confiei aos demais diretores a negociação e eles foram ENGANADOS por aqueles que hoje se dizem a favor dos policiais! Ou será que não lembramos que os deputados da situação recusaram-se a corrigir os números da Polícia Civil?

 

A propósito, quanto buscamos a aplicação dos mesmos percentuais na representação ao Ministério Publico não pedi anulação de lei alguma, mas sim que qualquer aumento fosse percentualmente igual. Distorceram os fatos, acovardaram-se e jogaram a culpa em mim, mas nada mais fiz do que defender a categoria que representava naquele momento, o que era meu dever de oficio. Não teve um momento sequer que deixei de cobrar a valorização remuneratória dos policiais e não terá. E tenho do governador a garantia de que assim que possível, será feito.

 

Porque uma greve para um governo com apenas 60 dias? Porque tanta intransigência? Na PEC 300 de verdade, foi do mesmo jeito! O que importa é o palanque, a mídia e os votos. Até porque tem gente que já se lançou candidato a prefeito. Peço a Deus, que ilumine os que hoje se dizem líderes e que estes acordem e negociem um salário digno para as categorias policiais, pois é mais do que merecido. Digo mais: não haverá segurança sem que o policial tenha segurança financeira.

 

Enfim, neste desabafo quero dizer a todos os paraibanos e paraibanas, que se até setembro o governo não iniciar a recomposição salarial dos policiais, serei eu quem entregará ao cargo e irá para a praça montar acampamento, junto com minha categoria. Agora, os que estão causando o clima de instabilidade e querendo disseminar o terror na sociedade, precisam parar e refletir qual foi o resultado prático que estes que aí estão trouxeram para as categoriais policiais. Não seria, mais uma vez, apenas palanque?

 

O que não dá é pra fazer demagogia barata em cima do carro de som, com menos de 60 dias de governo, quando o anterior, do qual praticamente todos os pseudo lideres do atual movimento faziam parte, sequer pagou os 15% de reajuste que eram devidos às polícias em dezembro! Acredito em Ricardo, porque sei de seus propósitos e do compromisso que tem com o povo da Paraíba e logicamente com a segurança pública. Nunca troquei a minha categoria e o que acredito por um cargo, fora do qual aliás continuaria acreditando no governador. Também não tentei chantagear ninguém, como alguns fizeram. Fui convidado, aceitei e estou trabalhando por toda a Paraíba. Crucifiquem-me por isso.

 

Mas não posso me calar diante do que está acontecendo. Cobrem, policiais. Façam o movimento. É justo, é legítimo, é devido. Mas façam no tempo certo, deem o prazo mínimo necessário que foi pedido. Aí, passado esse tempo, se o governo não resolver e eu não for para a praça, chamem-me de Judas, porque será merecido. Mas até lá, não me peçam pra me calar e ser omisso com o povo de meu estado. A Paraíba viverá um novo tempo, disso não tenho dúvidas. E nesse novo tempo, os policiais serão reconhecidos. O povo não merece sofrer para que alguns promovam-se.

 

FLÁVIO MOREIRA

 

Printi da carta de Flávio

 

Tuitada de Flávio

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