Clilson Júnior

A Lei Seca

Estou virando freguês dessas blitzes de Lei Seca espalhadas pelas ruas da Paraíba. Confesso que somente nos últimos trinta dias […]

Estou virando freguês dessas blitzes de Lei Seca espalhadas pelas ruas da Paraíba. Confesso que somente nos últimos trinta dias já fui parado, abordado e checado sete vezes. Em todas tive que fazer teste de bafômetro, com exceção na tarde de hoje, durante abordagem na avenida duplicada do Altiplano. Acho que tenho a cara de quem bebe ou alguma carimbo estampado no rosto, mesmo não sendo adepto de qualquer bebida alcoólica.

 

Na minha humilde opinião, só deveria fazer o famoso teste do bafômetro, aquele  condutor que apresente qualquer indício ou suspeita de dirigir sob efeito álcool, como diz Lei em seu o Art. 277. “Todo condutor de veículo automotor, envolvido em acidente de trânsito ou que for alvo de fiscalização de trânsito, sob suspeita de dirigir sob a influência de álcool será submetido a testes de alcoolemia, exames clínicos, perícia ou outro exame que, por meios técnicos ou científicos, em aparelhos homologados pelo CONTRAN, permitam certificar seu estado”.

 

No meu caso, já não me incomodo, pois estou convencido que tenho um jeitão de eterno alcoólatra. O que me traz aqui é outro aspecto que venho observando, e hoje aconteceu comigo. Ao ser parado na tal blitz, um jovem do Detran, pediu o documento do carro e em seguida minha CNH. De posse de minha habilitação, o jovem inicialmente me fez lembrar aquele porteiro interpretado por Paulo Silvino, “cara-crachá”. Ele olhava para meu documento e mirava perplexo no meu rosto. Isso se repetiu por uma 5 vezes. Percebendo a falta de preparo daquele agente público, já fui logo me preparando para protagozinar meu lado chato naquela abordagem. Eis que veio a pergunta fatal do agente público: “Essa carteira é sua mesmo? Essa foto aqui tem um homem bem mais gordo”.  Retruquei:  “O senhor está querendo dizer o que com isso?”.  – “Que não é o senhor nesta foto”, emendou o jovem. – “Me faça um favor, chame a polícia, pois os senhor está abusando de uma suposta autoridade que sequer tem!” disparei a queima roupa. Ele sentiu o drama e se convenceu que eu, era eu mesmo. Fui liberado.

 

Para encurtar a história, falta preparo, treinamento e zelo nas abordagens. Aquele jovem não tem a mínima exata noção do poder que lhe é dado, pois se imagina que pode desconfiar de qualquer cidadão e partir para o constrangimento. No meu caso, o constrangi sem o menor pingo de remorso. Devemos exigir e não podemos esquecer nessas abordagens, ou em quaisquer que sejam, que a Lei não autoriza o pretenso abuso de autoridade. O DETRAN deve zelar e treinar essas pessoas que atuam em contato com o público, orientado para cumprir seu papel de forma adequada, pois a Paraíba não é Leviatã, de Thomas Hobbes, onde o poder é soberano e ilimitado.

 

É pra isso que servem, no mínimo, os direitos e garantias fundamentais da Constituição.

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