Estava ouvindo um amigo que afirmou que para tudo há uma saída, que até para uma marca de batom na cueca há uma ótima explicação. Na política não é bem assim. Quando Cássio Cunha Lima foi cassado pelo TRE e depois pelo TSE, acusado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), de distribuir cheques por meio de um programa assistencial mantido pela Fundação Ação Comunitária (FAC), instituição ligada ao governo do estado, durante o período eleitoral de 2006, o ex-governador sempre negou sua presença pessoal no programa da FAC.
A defesa Cássio Cunha Lima afirmou na época, que ele jamais participou de entrega de cheques do programa assistencial. De acordo com os três advogados que defenderam o tucano, o programa de assistência social administrado pela FAC em 2006 era previsto em lei estadual e recebia recursos do fundo de erradicação da pobreza do estado. Moral da história? Perdeu o mandato e ficou inelegível. Até hoje Cassio afirma que nunca foi encontrado um registro fotográfico que o mostrasse em evento da FAC distribuindo os cheques.
Na próxima segunda-feira (02) o Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba ouvirá testemunhas de acusação na AIJE que pede a cassação de mandato do governador Ricardo Coutinho. por coincidência do destino, por abuso de poder político e econômico, distribuição de cheques do Programa Empreender no período eleitoral de 2014.
Os procuradores Rodolfo Alves Silva e Victor Carvalho Veggi afirmam no processo que estão diante de fatos que comprovam o uso da estrutura do Governo do Estado em benefício do então governador Ricardo Coutinho: “Os fatos ensejaram, portanto, a configuração de abuso de poder a partir da contextualização de todos os ilícitos imputados, razão pela qual deve esse Tribunal Regional Eleitoral cassar o registro de candidatura dos investigados ou os seus diplomas, aplicando ao caso as penalidades previstas no Artigo 22, XIV, da Lei Complementar nº 64/90“.
Já a defesa de Coutinho não poderá usar o mesmo argumento de Cássio, já que este vídeo abaixo, mostra o governador entregando cheques em um ambiente com dezenas de pessoas vestidas com camisetas com o nome do Empreender. Batom na cueca do Empreender!
Batom na cueca, pois em cinco meses do ano eleitoral de 2014 foram gastos mais que todos os anos anteriores.