Aline Lins

Vende-se casa no Cidade Verde, por R$ 65 mil, em terreno da prefeitura

A inoperância da Prefeitura de João Pessoa tem transformado o município em terreno fértil para golpistas. No conjunto Cidade Verde, […]

A inoperância da Prefeitura de João Pessoa tem transformado o município em terreno fértil para golpistas. No conjunto Cidade Verde, em Mangabeira, existe uma situação que parece coisa de novela. São casas populares construídas em terrenos de 9,5 metros de frente por 20 metros de fundo, ainda sem instalações elétricas ou de água, sem escritura, sem nada. O terreno, no entanto, pertence ao rol de bens do município de João Pessoa, e deveria ser destinado à construção de equipamentos públicos pela Prefeitura da capital.
Um corretor de imóveis chega, numa ‘cabine dupla’, para mostrar a casa que, supostamente, seria de alguém de um movimento de pessoas sem moradia e, para ganhar mais credibilidade, afirma que o proprietário está inscrito na Companhia Estadual de Habitação da Paraíba (Cehap).
E diz mais: que no caso do negócio ser fechado, o nome do atual beneficiário é retirado do cadastro e em seu lugar entra o nome do comprador. O preço pedido pelo ‘dono’ do imóvel é R$ 65 mil.
Nesse mesmo local, várias casas estão à venda nas mesmas condições, na quadra 376, lote 99, no final da rua Jorge Lucena de Moura, no conjunto Cidade Verde, próximo ao ponto final dos ônibus. A história comum contada pelos supostos proprietários das casas, no entanto, não passa de mentira, já que o terreno onde as casas estão construídas não pertence à Cehap e não existe cadastro nenhum na companhia.
Se alguém for procurar saber na Prefeitura de João Pessoa qual a situação do terreno em questão, é capaz de ouvir do funcionário da Secretaria de Planejamento que a área pertence ao IPEP. Só que isso também não é mais verdadeiro, há quase quinze anos.
O IPEP não tem mais terreno no local desde 2001, quando da criação do conjunto Cidade Verde, cujo nome oficial é Conjunto Benjamim Maranhão. O conjunto foi criado pelo decreto municipal 4.319, publicado em 30 de julho de 2001. Com sua criação, passam a integrar bens do município as vias públicas, áreas verdes e equipamentos comunitários. Mas como nestas áreas a prefeitura ainda não fez qualquer benfeitoria para a população, estão sendo alvos de invasão. 

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