O senador Raimundo Lira (PMDB-PB) não foi convidado para assumir a liderança do presidente interino Michel Temer no Senado. A especulação circula em Brasília, especialmente no Senado, mas de fato não existe nada. Em conversa por telefone com o senador paraibano, ele disse, inclusive, que a missão na Comissão Especial do Impeachment é totalmente incompatível com a função de líder.
“Eu estabeleci alguns princípios para conduzir essa comissão: ter um comportamento suprapartidário, ter o máximo de imparcialidade e fazer um esforço no sentido de evitar que a maioria pudesse sufocar a minoria”.
Raimundo Lira falou ao ClickPB qual o seu posicionamento caso esse convite se concretize. Ouça o áudio abaixo:
Antes das eleições
O senador Raimundo Lira, presidente da Comissão Especial do Impeachment, disse que vai haver um esforço da comissão para concluir os trabalhos no mês de agosto, para não prejudicar as eleições municipais. “Porque o mês de setembro é o mês que está no auge das eleições municipais, e não seria bom nem para um lado nem para outro ter esse discurso do impeachment na eleição municipal, também levando em consideração que muitos senadores ou a maioria dos senadores vai ter que se deslocar para seu estado de origem para participar e fazer o apoiamento a alguns candidatos às eleições municipais”, disse Raimundo Lira.
A próxima reunião da Comissão Especial do Impeachment será na quinta-feira (02). Até o dia 1º de junho, segundo o presidente, a comissão deverá receber as alegações da presidente afastada Dilma Rousseff e todos os requerimentos de solicitações de oitivas, apresentação de testemunhas, perícias, que serão definidos na reunião do dia 02 de junho, quando também será votado o cronograma. De acordo com Raimundo Lira, o processo de impeachment está estimado para ser concluído com 81 dias, podendo haver mais um prazo de 10 dias para defesa de Dilma, indo, portanto, a 91 dias. O cronograma é flexível porque vai depender do andamento dos trabalhos.
Áudio de Jucá
O áudio do ex-ministro do Planejamento, Romero Jucá, que supostamente aponta afastamento de Dilma como uma forma de deter a Lava Jato não deve interferir no processo de impeachment. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) chegou a pedir, esta semana , a suspensão dos trabalhos, até que a Procuradoria Geral da República definisse o que isso representaria. Mas Raimundo Lira negou-se a interromper os trabalhos. “Eu de pronto respondi com uma nota técnica que um assunto não tem nada a ver com outro, o processo do impeachment foi feito rigorosamente respeitando a lei 1.079/1950, o que determina a Constituição Federal e o Regimento da Câmara e do Senado”, disse.