Os donos de postos de combustíveis de Campina Grande e municípios circunvizinhos serão presos em flagrante se mantiverem a decisão de não receber pagamento com cartão de crédito. Uma decisão conjunta tomada nesta segunda-feira (11) pelo MPProcon e Procons municipais de Campina e outros municípios vai enquadrar como cartelização tanto dos revendedores dos combustíveis quanto do sindicato da categoria. A informação é do promotor de Justiça Sócrates Agra, do MP de Campina Grande.
É possível que os revendedores de combustíveis da região de Campina Grande tenham tentado uma manobra para majorar o valor do combustível em 74 municípios paraibanos. O Sindicato dos Revendedores de Combustíveis e Derivados de Petróleo do interior da Paraíba orientou os postos de combustíveis a só venderem o produto à vista e não receberem cartão de crédito. O sindicato denunciou no final da semana passada uma suposta redução de 80% no fornecimento de combustível pelas distribuidoras. Segundo o presidente do sindicato, Bruno Agra, isso vem acontecendo há uma semana. O problema trouxe de volta o fantasma do desabastecimento de combustível na Paraíba.
A presidente da Companhia Docas da Paraíba, Gilmara Temoteo, disse, no entanto, que não há justificativa para esse alarme porque há combustível nos tanques e a chegada de navios está em dia.
Semana passada, um navio previsto para chegar na tarde do dia 5 chegou na manhã do dia 6. Este foi o atraso que os revendodores utilizaram para soar o alerta e orientar as vendas à vista. Nesse navio chegaram 6 mil toneladas de gasolina e diesel.
No dia 7 e hoje mais dois navios atracaram, um com 6 mil toneladas de gasolina e diesel e o segundo com 9 mil toneladas de diesel, segundo a Companhia Docas.
O promotor de Justiça Sócrates Agra abriu um procedimento administrativo para investigar o caso. Ele explicou que se os postos que vendiam normalmente com cartão de crédito pararem de operar dessa forma, ficará evidenciado o cartel. Eles serão presos em flagrante.