Cinema

Zé do Caixão põe 3 mil baratas em novo filme

Após 40 anos, Encarnação do demônio estréia nesta quarta (9), no Festival de Paulínia. Hoje o mundo pede mais violência, diz diretor José Mojica Marins, em ent

"A maldição do Zé do Caixão terminou", diz o cineasta e ator José Mojica Marins, criador do célebre personagem do terror brasileiro. Ele lança nesta quarta-feira (9), no Festival de Paulínia, o filme "Encarnação do demônio", que marca a volta de Zé do Caixão após 40 anos de hiato. 

O novo longa-metragem encerra a trilogia que teve início com "À meia-noite levarei sua alma, de 1964, e "Esta noite encarnarei no teu cadáver", de 1967, que consagraram o personagem. "Estou realizado por finalizar essa saga tão perseguida pela tragédia e a zombaria", diz Mojica, em entrevista ao G1.

O diretor conta que o roteiro de “Encarnação do demônio” foi escrito originalmente em 1966 e passou por diversas tentativas de produção frustradas. Até que o produtor Paulo Sacramento e o roteirista Dennison Ramalho procuraram Mojica para propor uma parceria criativa que tirasse o projeto do papel de uma vez por todas. “Esses jovens me deram força, já não estava acreditando na realização da fita”, afirma o cineasta de 72 anos.

Quatro décadas depois
Entretanto, para trazer Zé do Caixão de volta às telas depois de 40 anos, Mojica precisou adaptar o personagem aos novos tempos. “Hoje o mundo pede mais violência, mais sangue; as cenas de tortura estão fortíssimas”, conta o cineasta, que afirma que o novo filme “não perde nada para ‘Jogos mortais’”. “No cinema, você tem que sempre superar a violência da realidade, ou não consegue ter aceitação do público”, diz.

Apesar dessa atualização do terror de Zé do Caixão, Mojica afirma que o espírito do personagem continua o mesmo: “O espectador que é fã não vai perder nada, a essência do Zé ainda é a mesma”. Na nova trama, Zé do Caixão é libertado após 40 anos entre a prisão e o manicômio. De volta às ruas, o coveiro de longas unhas retoma sua meta de encontrar a mulher ideal para gerar seu sucessor, o que o leva a cometer uma série de estupros, seqüestros e assassinatos.

Mas a modernização de Zé do Caixão se limitou ao plano da história. “Não usamos computador, e disso tenho muito orgulho”, conta o diretor, que chegou a usar 3 mil baratas, centenas de aranhas e dezenas de ratos de verdade nas filmagens. “É tudo real, fiz questão de que o elenco passasse por isso. Eu mesmo joguei sobre mim um monte de aranhas-caranguejeiras.”

E de onde vem a inspiração para essas idéias sádicas? “Vêm dos meus pesadelos; Sofro de insônia e tomo remédios, por isso tenho um sono muito perturbado”, revela o cineasta. “Já deixo um caderno do lado da cama para fazer anotações durante a noite.”
Veterano
Mesmo com quase uma vida inteira dedicada ao terror, José Mojica Marins confessa que, ultimamente, vive “um grande medo”. “Tenho medo do que pode acontecer quando eu morrer; tenho sete filhos e 11 netos para ajudar.”

Em relação a Zé do Caixão, Mojica diz que espera que, no futuro, outro diretor dê continuidade à saga. “Já deixei um gancho no final do filme para que outro possa prosseguir”, conta. “Já cumpri minha missão, criei um personagem popular e brasileiro, que, com certeza, vai ficar para a história.”

Fonte: G1

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