Um tribunal italiano proibiu menores de 14 anos de assistirem ao novo e sangrento filme de Mel Gibson, "Apocalypto", passando por cima da decisão da censura do país, que considerara o filme próprio para todas as idades.
Os censores foram largamente criticados por políticos e associações de pais, na semana passada, quando autorizaram o filme a ser exibido sem restrições de idade, diferentemente do que acontece na maioria dos outros países onde já foi lançado.
A história de "Apocalypto" é ambientada na civilização maia. O personagem principal é Pata de Jaguar, um caçador cuja vida idílica na selva chega ao fim quando guerreiros maias atacam seu vilarejo, queimando choupanas, violentando as mulheres e levando os homens para se tornaram objetos de sacrifício humano.
As cenas mais sangrentas envolvem uma orgia de violência dos maias que visa satisfazer a seus deuses e prevenir um surto de varíola. Corações humanos são arrancados dos corpos das vítimas, e as cabeças destas são atiradas do alto de uma pirâmide.
A proibição para menores de 14 anos decretada pelo tribunal ainda precisa ser confirmada por uma audiência marcada para 17 de janeiro, disse na segunda-feira um advogado do Codacons, grupo de defesa dos consumidores que moveu a ação em favor da proibição do filme para menores.
"Antes mesmo de ouvir nossos argumentos, o tribunal aplicou a restrição para resguardar os menores", disse à Reuters o advogado do grupo, Marco Ramadori.
Depois da aplicação da restrição na Itália, a Rússia é o único país a estar exibindo "Apocalypto" com censura livre. Nos Estados Unidos, Grã-Bretanha e Alemanha o filme é proibido para menores de 18 anos.
O ministro da Cultura italiano, Francesco Rutelli, que tinha escrito à distribuidora do filme no país para recomendar que ela alertasse o público sobre a violência de algumas das cenas, reuniu-se com a comissão de censura na segunda-feira para rever os padrões vigentes.
"Apocalypto", que chegou aos cinemas italianos na sexta-feira, foi o segundo filme mais visto no fim de semana nesse país, perdendo apenas para "007 Cassino Royale", a mais recente aventura de James Bond.
Reuters