Cinema

Filmes paraibano super-8 são tema de mostra especial em Nova York

A Mostra “A onda Queer dos filmes em Super-8 da Paraíba” que acontecerá no dia 17 de maio, pela primeira vez nos Estados Unidos.

Filmes paraibano super-8 são tema de mostra especial em Nova York

O Anthology Film Archives, em Manhattan, Nova York, exibirá neste dia 17 de maio, a Mostra “A onda queer de filmes em Super-8 da Paraíba” realizados no início dos anos 80 pelos diretores Bertrand Lira, Henrique Magalhães, Lauro Nascimento e Pedro Nunes. O Anthology Film Archives é um centro internacional de preservação, estudo e exibições de filmes e vídeos, com foco especial no cinema independente, experimental e de vanguarda. A mostra tem a curadoria do estadunidense Adam Baran.

Essa produção em Super-8aconteceu no início da década de 1980, durante a ditadura militar brasileira, quando um grupo de cineastas gays e lésbicas deu início ao que provavelmente é o único movimento cinematográfico queer (LGBTQIAPN+) do século XX no Brasil. Parte desses cineastas foram formados nos cursos de “Cinema Direto” (o outrora Cinéma Vérité francês) no NUDOC (Núcleo de Documentação Cinematográfica da UFPB), durante os ateliers Varan de cinema documentário idealizado pelo cineasta francês Jean Rouch em diversos países.

Mostra terá filmes em Super-8

A Mostra “A onda Queer dos filmes em Super-8 da Paraíba” que acontecerá no dia 17 de maio, pela primeira vez nos Estados Unidos. A mostra inclui os filmes de curta-metragem “Era Vermelho Seu Batom”, de Henrique Magalhães; “Closes”, de Pedro Nunes, “Baltazar da Lomba”, do Grupo Nós Também; e “Miserere Nobis”, de Lauro Nascimento; e “Perequeté”, de Bertrand Lira, que estará na sessão com o ator e bailarino Francisco Marto (o Perequeté) para apresentarem os filmes.

Segundo o cineasta Bertrand Lira, sua presença em Nova York vai além da apresentação do seu filme. “No início do ano com a presença de Francisco Marto na Paraíba, decidi revisitar o filme de 1981, em Super-8, para a produção de um possível longa-metragem com o personagem, residente em Nova York há mais de vinte anos.” O diretor informa que desta vez utilizará o melhor da tecnologia atual, uma câmera Black Magic com altíssima resolução (4k) e tem a parceria de amigos como Helder Bruno Mendonça, Rodrigo Barbosa,
William Plotnick e Erik Clementino.

Foi a UFPB quem abrigou essa formação em Cinema Direto no NUDOC que se tornou um dos mais profícuos ateliers Varan no mundo. Alguns desses artistas e amigos formaram um grupo ativista pela causa “gay” e começaram a realizar filmes Super-8 que usavam técnicas do documentário na estética do direto para abordar em suas narrativas a questão queer no estado da Paraíba. Esse importante programa da Cinelimite, da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual (ABPA) e do NUDOC (que abriga quase todo esse acervo), apresenta cinco desses trabalhos fascinantes e há muito não vistos.

Realizados num contexto ainda repressivo, no início da distensão da Ditadura Militar, esses filmes Super-8 foram exibidos em ambientes públicos, sujeitos à repressão do regime autoritário, o que de fato aconteceu. Eles continuam polêmicos até hoje. O organizador e curador da mostra em Nova York estadunidense Adam Baran diz estar entusiasmado com a cooperação da Cinelimite, do NUDOC e da ABPA para apresentar esse notável programa pela primeira vez na

América do Norte. Lira e Marto estarão presentes na exibição e participarão de uma sessão de perguntas e respostas filmadas após a exibição dos filmes em Super-8.

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