Cavaleiros do Zodíaco

Cavaleiros do Zodíaco: Prólogo do Céu

O maior fenômeno da animação japonesa no Brasil está de volta com uma história inédita, produzida especialmente para os cinemas. Criada nos mangás por Masami Ku

O maior fenômeno da animação japonesa no Brasil está de volta com uma história inédita, produzida especialmente para os cinemas. Criada nos mangás por Masami Kurumada em 1985 e transformada em animê no ano seguinte, a série Cavaleiros do Zodíaco (Saint Seiya) obteve muito sucesso no Japão e também em vários países. Quando aportou no Brasil em 1994 pela extinta TV Manchete, gerou uma febre sem precedentes que impulsionou os mercados televisivo, editorial, publicitário e de brinquedos. 

Apesar das animações japonesas serem exibidas no Brasil desde o final da década de 1960, foi somente com os Cavaleiros que o animê atingiu status de fenômeno de massa por aqui, abrindo espaço para outras ondas como Dragon Ball Z, Pokémon e Yu-Gi-Oh. Mas nada jamais conseguiu – ou conseguirá – superar a verdadeira histeria coletiva e fanatismo que invadiu os lares brasileiros por causa da série. Com uma intrincada cronologia e centenas de personagens, a saga dos Cavaleiros do Zodíaco só pode ser plenamente entendida se acompanhada desde o começo. Por isso, o longa que está estreando só poderá ser apreciado mesmo pelos fãs. Concebida como o prelúdio de uma nova fase, a aventura se situa após os eventos da Saga de Hades.

O filme Cavaleiros do Zodíaco: Prólogo do Céu  (Desenho, 70 minutos, Japão, 2006) começa mostrando o cavaleiro Seiya de Pégaso em estado catatônico após os eventos de uma violenta batalha da qual participou. Saori Kido, a própria reencarnação da deusa Atena, é quem cuida dele como retribuição por sua fidelidade e coragem ao protegê-la em muitas ocasiões. Surgem então os Cavaleiros Celestiais para executar Seiya por ele ter desafiado os deuses no passado. Por sua proclamada ousadia, ele e seus amigos são condenados à morte. Saori se posiciona para defender Seiya e é confrontada por sua irmã maligna Artemis, a líder dos executores. 

Para que seus fiéis Cavaleiros não sejam mortos, Atena entrega o posto de deusa protetora da Terra para Artemis e parte para a morada dos deuses. Seiya então desperta e inicia sua busca por Saori, que começa a despejar seu sangue místico para evitar que a Terra seja destruída por Artemis. Ao longo de sua jornada, Seiya luta mais do que nunca, disposto a ajudar a deusa que é, acima de tudo, sua amiga.

A história é frágil, mas deverá agradar aos fãs, acostumados às sagas grandiosas, repletas de altruísmo e sacrifícios melodramáticos dos personagens. Os clichês da série estão todos lá: vilões muito cruéis e arrogantes, frases de efeito, golpes gritados e muita dor e angústia. Porém, mesmo os fãs mais apaixonados poderão se incomodar com a pequena participação dos outros Cavaleiros, os carismáticos Shiryu, Hyoga, Ikki e Shun, que são meros coadjuvantes no novo filme.

Pra quem gosta da série de TV original, o longa apresenta uma evolução visual enorme. Os cenários são muito bonitos, graças ao uso de muita computação gráfica. Tais gráficos digitais também aumentaram o impacto das batalhas, que apesar de curtas, trazem grande intensidade. O traço dos personagens proporciona belas imagens, mas tecnicamente a animação de personagens não tem nível de cinema.

Um ponto positivo é a trilha sonora orquestrada de Seiji Yokoyama, que também compôs as músicas de fundo do antigo seriado Metalder. A narrativa do Prólogo do Céu é lenta, cheia de momentos contemplativos e é aí que a música de Yokoyama mantém o clima e ganha força. Mas isso não traz profundidade e não ajuda a clarear a pretensiosa complexidade dos personagens. Tudo se apóia no fato do carisma dos heróis já ter conquistado legiões de fãs.

Diferente de outros animês para cinema derivados de séries de TV como Cowboy Bebop, Pokémon e Yu-Gi-Oh, o novo longa dos Cavaleiros não tem elementos que situem a história para quem não é fã de carteirinha. Somente cópias dubladas serão exibidas, o que neste caso deve agradar ao público-alvo. A dublagem trouxe de volta as vozes consagradas da TV, com um trabalho competente e que respeita os fãs. A versão brasileira também adaptou a música-tema "Never", cantada aqui por Edu Falaschi, vocalista do Angra, que já havia interpretado uma música de abertura da série dos Cavaleiros.

E abaixo um pequeno spoiler de amigo: quando a luta final parece chegar ao clímax, o filme acaba. O recurso, certamente, foi usado para criar expectativa para a continuação, mas isso pode irritar os que esperam – com razão – por uma conclusão no próprio filme, lançado no Japão em 2004 e ainda sem continuação.

Confira
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Box 7 – 13h – Exibição só sábado e domingo. 

 

Redação com
www.omelete.com.br

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