Os familiares das vítimas do vôo 1907 da Gol acreditam que a tripulação e os passageiros tenham morrido antes que o avião Boeing 737-800 tocasse o solo. Eles refutam o laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Brasília que atestou que os passageiros morreram em decorrência de politraumatismos e não devido à despressurização da cabine.
Para um dos membros da Comissão das Vítimas do Vôo 1907, Jorge André Cavalcante, o IML teria atestado o politraumatismo para permitir que as famílias cumpram as exigências burocráticas das seguradoras e possam receber os seguros. Cavalcante reconhece que passageiros tenham sido lançados da aeronave, alguns presos aos assentos, mas, para ele, é impossível negar que a despressurização do avião tenha ocorrido antes.
"A caixa-preta do Boeing não registrou gritos ou qualquer sinal de pânico entre os passageiros, o que demonstra que eles desmaiaram. Eu estive no local do acidente e vi os destroços. O avião foi se desmontando durante a queda. A fuselagem, as partes, tudo se soltou e foi caindo, cada parte para um lado".
O IML de Brasília identificou os corpos de 153 das vítimas. Faltou o instituto receber o corpo ou os restos mortais que permitissem o reconhecimento do bancário Marcelo Paixão Lopes, 29 anos.
Além dos laudos do IML, será divulgado oficialmente, também nesta quinta-feira, o relatório preliminar da Aeronáutica. O relatório busca apontar não o culpado pelo acidente, mas sim as causas para que ele tenha ocorrido.
Agência Brasil