Jovem foi diagnosticada com Síndrome de Cushing e com um timoma, um tumor no tórax. Ambos os problemas causam dificuldades respiratórias, insuficiência renal, pressão alta, distúrbios metabólicos e podem até mesmo a mudar a tonalidade da sua pele
A jovem cearense Sabrina Gomes, de 24 anos, foi diagnosticada com Síndrome de Cushing e com um timoma, um tumor no tórax. Ambos os problemas causam dificuldades respiratórias, insuficiência renal, pressão alta, distúrbios metabólicos e podem até mesmo a mudar a tonalidade da sua pele.
O tumor produz um hormônio chamado ACTH, que a fez desenvolver a Síndrome de Cushing devido ao excesso de cortisol. Esse hormônio é responsável, entre outras coisas, por regular os níveis de açúcar no sangue e fortalecer o sistema imunológico.
Em condições normais, o ACTH é produzido na hipófise e é importante na regulação de diversas funções do organismo. Sabrina, no entanto, convive com um excesso de ACTH.
A síndrome causa, entre outros problemas, hipertensão arterial, acúmulo de gordura, fadiga, dificuldade de cicatrização, entre outros sintomas. Desde então, Sabrina vem sendo submetida a diversos tratamentos em busca de uma cura.
O g1 conversou com Ana Rosa Quidute, professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará e médica no HUWC, que tem acompanhado o caso de Sabrina (entenda mais detalhes abaixo).
ACTH é um caso raro
A médica destacou que o atendimento da jovem é feito por uma equipe multidisciplinar, que envolve oncologista, cirurgião, entre outros profissionais. Ana Rosa é endocrinologista, e acompanha a questão hormonal da paciente.
Ela explicou que o tumor da jovem, permanentemente produzindo ACTH, é um caso raro. “Não é todo tumor que produz hormônio. O mais comum é não produzir, por isso que são entidades raras”, destaca.
Ela contou que, quando Sabrina começou a ser atendida no Hospital Universitário, o mais urgente foi estabilizar os níveis hormonais do organismo dela, que tinha desenvolvido a Síndrome de Cushing.
“Então, apesar dessa paciente ter um tumor, a gente tem que tratar rapidamente esse excesso hormonal, porque se você não trata o excesso hormonal, ele [paciente] morre primeiro do excesso hormonal que até do próprio tumor”, explicou.
As glândulas adrenais de Sabrina, estimuladas pelo ATCH em excesso, hiperestimulavam a produção de cortisol. Primeiro, a equipe tentou controlar a situação hormonal por meio da medicação. No entanto, com a piora do quadro, foi feita uma adrenalictomia, cirurgia para retirada das glândulas adrenais.
g1