Um tremor de 1.8 em magnitude regional (1.8mR)* foi registrado na noite dessa quarta-feira (19) na Costa do Rio Grande do Norte. O registro, conforme apurado pelo ClickPB, foi feito pelo Laboratório Sismológico (LabSis) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Ao ClickPB, André Silva, engenheiro do LabSis, informou que o epicentro do tremor aconteceu a 22 quilômetros (km) da Costa do Rio Grande do Norte. Com relação à Natal, a distância foi de 33 km. Já de João Pessoa, a distância do epicentro do tremor foi de 178 km.
Questionado pelo ClickPB sobre a possibilidade de alguma pessoa ter notado o tremor ou alguma embarcação próxima ao epicentro, André explicou como o evento se comportou no oceano.
“Em geral, em terra, a partir de 1.5 mR as pessoas já podem sentir (som e/ou vibração do solo) se o evento ocorrer próximo a centros urbanos. No oceano essa propagação já é “camuflada”, pois as ondas sísmicas, que geram os terremotos, são compostas de fases que se propagam de forma diferente e em meios diferentes, por exemplo, em meios líquidos, como o mar, uma dessas fases não se propaga, o que na prática dificulta tremores no mar serem sentidos”, contou André ao ClickPB.
André também negou a possiblidade de ressaca do mar ou tsunami com tremores dessa magnitude.
“Pela baixa magnitude e estrutura geológica da costa, não há riscos de tsunami, ressaca ou aumento de nível do mar. Para haver tsunami deve a estrutura da falha geológica, na verdade a movimentação da falha deve ser de um tipo tal que gere ondas, como as falhas em que o movimento relativo entre elas seja vertical e, além disso, a magnitude deve também ser mais alta, acima de 6.0 ou 7.0”, finalizou André Silva.
O LabSis é um dos principais laboratórios sobre sismológicos do Brasil e referência no monitoramento e divulgação de atividades sísmicas no Nordeste.
*mR – adaptação da escala Richter para o Nordeste do Brasil, segundo André