Investigações feitas no rastro da Operação Sanguessuga, realizada pela Polícia Federal (PF) para apurar compras superfaturadas de ambulâncias via emendas parlamentares, apontam para o envolvimento de prefeituras do Rio no esquema que pode ter desviado R$ 110 milhões em todo o País. Até agora, já são 35 prefeituras do Estado sob suspeita.
As irregularidades investigadas são quase as mesmas em todos os municípios: manipulação de licitações para favorecer empresas do esquema. Somente em oito prefeituras auditadas pela Controladoria Geral da União (CGU) a verba gasta na compra de 37 ambulâncias soma R$ 3,4 milhões.
A campeã foi São João de Meriti. Em 2001 e 2002, o então prefeito, Antônio de Carvalho (PMDB), comprou 19 ambulâncias, utilizando R$ 1,6 milhão de emendas parlamentares e recursos do município. O total de veículos surpreendeu a CGU.
“A prefeitura possui uma quantidade de ambulâncias superior à demanda”, diz o relatório. Na vistoria foram encontrados seis carros sem uso; dois tinham baterias descarregadas por estarem parados há vários meses.
Apesar da farta compra, o atual secretário de Saúde, João Ferreira, diz que ao assumir, em janeiro de 2005, encontrou apenas três ambulâncias rodando. ¿Consertamos outras três¿, diz ele.
Posteriormente, ainda segundo Ferreira, a prefeitura comprou mais cinco veículos, também através de emendas negociadas no governo anterior. Das 19 ambulâncias compradas em 2001 e 2002, cinco estão sucateadas em uma garagem da prefeitura, em Vilar dos Teles. O ex-prefeito não foi localizado para falar sobre o caso.
A maioria das 37 ambulâncias auditadas pela CGU vieram de Cuiabá, sede da máfia dos sanguessugas. Alguns veículos foram entregues com placas da capital matogrossense. Em Nova Iguaçu, até hoje uma ambulância continua com placas de Cuiabá.
A cidade não está na lista da CGU, mas é uma das 31 inspecionadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) ¿ quatro delas, também na lista da Controladoria. O TCE iniciou fiscalização após O DIA divulgar que prefeituras compraram ambulâncias de empresas acusadas de superfaturamento nas vendas.
Em Barra do Piraí, uma licitação teve nota fiscal emitida por firma que não participou da concorrência. A prefeitura tem que devolver a verba ao Ministério.
O Dia
RJ: operação sanguessuga suspeita de 35 prefeituras
Irregularidades investigadas são quase as mesmas em todos os municípios: manipulação de licitações para favorecer empresas do esquema
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