Brasil

Rio: polícia e moradores temem guerra de milícias

A morte do policial civil Félix dos Santos Tostes, 49 anos, apontado como o chefe da milícia da favela Rio das Pedras, pode ter marcado o início de uma guerra e

A morte do policial civil Félix dos Santos Tostes, 49 anos, apontado como o chefe da milícia da favela Rio das Pedras, pode ter marcado o início de uma guerra entre os grupos armados que dominam Jacarepaguá. A hipótese aparece como uma das três linhas de investigação da polícia para solucionar o caso. As outras são envolvimento com caça-níqueis e disputa política. Entre moradores e amigos que ontem à tarde compareceram ao enterro, no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, o clima é de apreensão, à espera de novas batalhas. 

O abraço de dois amigos que se consolavam deu o tom do que poderá acontecer. "A guerra só vai começar", prometeu um deles. Um morador da favela também não escondeu a sensação de insegurança que se espalhou: "É melhor não circular por Jacarepaguá".

Os assassinos, que utilizaram um Astra e uma Blazer para fechar a picape Hilux onde Félix estava, fizeram 72 disparos de fuzis e pistolas. A polícia acredita que havia pelo menos cinco homens na ação. Após exame de necropsia, peritos constataram 34 perfurações no corpo do policial. Félix acabara de sair do prédio de uma mulher, no Recreio dos Bandeirantes, com quem manteria relação extraconjugal há quatro anos.

Velório em favela

Centenas de pessoas se despediram do inspetor na praça de Rio das Pedras. Bandeiras pretas foram colocadas nos postes. A viúva, Maria do Socorro, e seu filho, Gualter, permaneceram o tempo todo ao lado do corpo. Supostos milicianos organizavam o velório, acompanhando fotógrafos, liberando o trânsito e controlando moradores.

Seis ônibus foram em cortejo para o cemitério, seguidos por muitos carros importados. No enterro, a viúva, com camisa da associação de moradores da comunidade e o nome do marido nas costas, voltou a acusar o vereador Josinaldo Francisco da Cruz, o Nadinho de Rio das Pedras (PFL). "Aquele desgraçado matou o meu marido. Meu amor, minha paixão, não vai", gritava ela, que chegou a desmaiar.

O caso foi avocado pela Delegacia de Homicídios da Zona Oeste (DH-Oeste), mas o delegado da 16ª DP (Barra), Carlos Augusto Nogueira Pinto, ajudará nas investigações. "Há informações de que Félix se candidataria a vereador em 2008, o que poderia estar causando certo mal-estar com Nadinho", afirmou o delegado. O vereador será chamado a depor.

Também serão ouvidos bombeiro de nome Girão e policial civil conhecido como Robocop, que comandariam milícia na Gardênia Azul e são suspeitos de disputar território com homens ligados a Félix. O subchefe de Polícia Civil, Ricardo Martins, afirmou que o inspetor era investigado pela Corregedoria em dois inquéritos: um relativo às milícias e outro a caça-níqueis. Segundo ele, Félix já havia sido denunciado à Comissão Permanente de Inquérito Administrativo (CPIA) e poderia ser expulso da polícia. A informação foi desmentida pela polícia.

Fonte: O Dia

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