Trabalhadores com 11 anos de estudo ou mais tiveram queda de 12,3% do rendimento médio entre março de 2002 e março de 2006, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O salário diminuiu de R$ 1.617,12 para R$ 1.439,50, embora tenha aumentado 4% desde 2005, segundo o jornal “Folha de S.Paulo”.
Os trabalhadores com até um ano de estudo tiveram perda menor, de 0,3%. O rendimento médio baixou de R$ 420,48 para R$ 419,40. Apesar da queda diferenciada, o abismo econômico entre as classes sociais continua grande. A renda dos menos escolarizados representava 26% do total do rendimento dos mais escolarizados em 2002. Em março de 2006, essa porcentagem passou para 29,1%.
O IBGE revelou que a perda da renda cresce conforme avança o grau de instrução. O recuo ficou em 4,3% para quem tem de 4 até 7 anos de estudo e 9,1% para quem estudou de 8 a 10 anos, de acordo com a “Folha”. O rendimento médio aumentou 15,8% para a camada sem instrução ou com 1 ano de estudo. Já pra trabalhadores com até 3 anos de escola, ficou em 9,2%. Já na faixa de 11 anos ou mais, o aumento ficou em 4,1%.
O economista da Unicamp Marcio Pochmann afirma que os dados mostram que ter diploma no Brasil não assegura emprego ou rendimento. A perda salarial das pessoas mais instruídas se deve, segundo ele, à maior concorrência entre profissionais qualificados, sem a contrapartida do aumento de vagas “de classe média”.
Segundo o jornal, este fenômeno não é uma tendência mundial. “O modelo econômico brasileiro destrói empregos de calsse média. Isso é uma questão brasileira. Muitos países estão com forte desenvolvimento tecnológico importando mão-de-obra qualificada”, disse Pochmann. Boa parte dos graduados que não encontram oportunidades no Brasil se mudam para o exterior, concluiu.
As informações são do jornal “Folha de S.Paulo”.
Renda dos mais instruídos cai 12% em 4 anos
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