
Jair Bolsonaro quando ainda estava no Hospital Rio Grande, em Natal. (foto: arquivo/reprodução/Youtube)
A equipe médica que acompanha o ex-presidente Jair Bolsonaro detalhou o quadro de saúde do político em uma entrevista nesta segunda-feira (14). O cardiologista que acompanha Bolsonaro, Leandro Echenique, afirmou que esta cirurgia – a sétima desde o atentado a faca de 2018 – está entre “as mais complexas” feitas no ex-presidente. E que a duração de 12 horas já era esperada, em razão desse quadro.
“Não houve nenhuma complicação, realmente foi o que era esperado. Um procedimento muito complexo. Agora nos cuidados pós-operatórios, quando há um procedimento muito prolongado como esse, o organismo do paciente acaba tendo uma resposta inflamatória muito importante, fica muito inflamado”, diz Echenique.
“Isso pode levar a uma série de intercorrências. Aumenta o risco de algumas infecções, de precisar de medicamentos para controlar a pressão. Há um aumento do risco de trombose, problemas de coagulação do sangue. O pulmão, a gente acaba tendo um cuidado específico […] Todas as medidas preventivas serão tomadas, por isso que ele se encontra na UTI neste momento”, seguiu.
“Vai ser um pós-operatório muito delicado e prolongado. Alguns perguntaram: ‘ele vai ter alta nesta semana?’ Não há previsão”, disse.
Desobstrução do intestino
Bolsonaro passou por uma cirurgia de 12 horas no domingo (13), em Brasília, para tratar uma “suboclusão intestinal” – uma obstrução parcial do intestino causada por aderências formadas após múltiplas cirurgias anteriores, em decorrência da facada de 2018.
Na noite de domingo, um boletim médico informou que Bolsonaro estava “clinicamente estável”, sem dor e internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após a cirurgia no hospital DF Star, em Brasília.
Segundo o chefe da equipe cirúrgica, Cláudio Birolini, Bolsonaro apresentou nos dias anteriores uma elevação dos marcadores de inflamação (PCR) e um quadro de distensão abdominal. Por isso, houve a recomendação de cirurgia.
De acordo com o boletim médico, a cirurgia envolveu uma extensa lise de aderências (cirurgia para remover faixas de tecido que ficaram coladas por cicatrizes internas) e a reconstrução da parede abdominal.
A intervenção ocorreu sem intercorrências e não houve necessidade de transfusão de sangue.
“Era um abdome hostil, múltiplas cirurgias prévias. Aderências causando um quadro de obstrução intestinal e uma parede abdominal bastante danificada em função da facada, das cirurgias prévias. Isso já antecipava que seria um procedimento bastante complexo e trabalhoso.”
Durante a cirurgia, os médicos identificaram que a obstrução intestinal era causada por uma dobra no intestino delgado, que dificultava o trânsito intestinal. O problema foi corrigido com a liberação das aderências.
G1