Mais de um milhão de baianos que moram em Salvador amanheceram sem transporte coletivo. Depois de dois meses de negociações, os rodoviários paralisaram suas atividades por tempo indeterminado desde a meia noite de hoje. A categoria exige um reajuste de 10%, enquanto que os empresários oferecem um aumento de 4%.
O Tribunal Regional do Trabalho na Bahia concedeu ontem uma liminar aos empresários, que determina que 70% da frota de ônibus tem que trafegar nos horários de picos durante a greve. Caso a decisão não seja cumprida, a categoria terá de pagar uma multa diária de R$ 50 mil. Mesmo com a multa, essa exigência não foi respeitada. Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários, Manoel Machado, a categoria ainda não recebeu a liminar. “Nos vamos cumprir a determinação na hora que a gente receber o documento”, anunciou.
No entanto, apesar da decisão judicial, o Sindicato dos Rodoviários avisa que colocará 13 mil motoristas e cobradores fazendo piquete na porta das garagens para impedir a saída dos ônibus. Nesta manhã, seis veículos foram depredados e não conseguiram sair das garagens.
Nas ruas e avenidas, vê-se apenas carros e muitos táxis trafegando pela cidade. A dona de casa, Cintia Santana, 29 anos, estava com a filha há mais de duas horas no ponto de ônibus com a esperança de conseguir um transporte. “Não sei como vou fazer para levar minha filha ao médico, não tenho como pagar táxi”, diz Cíntia. A maioria dos pontos está vazia, assim como a maior estação de ônibus em Salvador.
Na principal rua do centro comercial da cidade, avenida Sete de Setembro, muitas lojas estão fechadas. A greve afastou também os ambulantes. Em uma das ruas que mais reúne este tipo de comércio informal, apenas Cláudio Marques, 26 anos, estava trabalhando. “Eu só consegui estar aqui porque moro perto” afirmou Cláudio.
A capital baiana conta com uma frota de 2,4 mil ônibus convencionais, que circulam nas 440 linhas distribuídas entre 18 empresas. A maior parte da população depende principalmente de ônibus, já que a cidade não tem metrô e só possui uma pequena linha de trem que atende apenas aos moradores do subúrbio.
Redação Terra
População de Salvador sofre com a falta de ônibus
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