A cúpula do governo brasileiro considera que o presidente da Bolívia, Evo Morales, “passou dos limites” ao nacionalizar os campos de petróleo, de gás natural e as refinarias. Segundo interlocutores próximos a Lula ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, o presidente não escondeu sua irritação na reunião para avaliar o decreto de Morales.
Lula não esperava que este tipo de medida fosse tomada agora ou desta forma. A orientação do presidente aos seus subordinados, no entanto, é a de insistir no caminho da negociação.
A assinatura do decreto, dias após a delegação ter deixado o país vizinho, teria sido entendida como um golpe pelas costas pelo governo brasileiro. Nas últimas semanas, as negociações entre a Petrobras e o governo boliviano estavam transcorrendo normalmente.
Além disso, na semana passada, uma delegação chefiada pelo vice-ministro das Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães, esteve em La Paz para assinar acordos de cooperação em diversas áreas, como energia, saúde, agricultura e educação.
O presidente boliviano, segundo a avaliação que prevaleceu na reunião de ontem, fez um “gesto espetacular”, considerado exagerado, em especial porque soldados do Exército boliviano ocuparam a refinaria da Petrobras.
Por outro lado, o governo crê que Morales está “jogando para a platéia” porque, recém-empossado, precisa fazer maioria na Assembléia Constituinte que será eleita em julho, e a radicalização política poderia lhe render votos.
Segundo as fontes ouvidas pelo jornal, Morales teria deixado uma “janela” para reabrir as negociações após essa data: o prazo de 180 dias para a adaptação das empresas às novas regras.
Redação Terra
Planalto considera que Morales “passou dos limites”
Lula não esperava que este tipo de medida fosse tomada agora ou desta forma
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