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PF prende 6 de quadrilha que usava diplomatas para contrabando

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Seis pessoas foram presas hoje envolvidas em um esquema de contrabando que permitiu a entrada ilegal de US$ 500 mil dólares nos últimos dez meses em produtos importados. Funcionários de embaixadas e do Ministério das Relações Exteriores estão envolvidos.

A operação Safári foi deflagrada pela Polícia Federal e pela Receita Federal a partir da constatação de que embaixadas de pequeno porte estavam fazendo elevadas compras de produtos importados. Sete embaixadas foram investigadas, sendo que três delas tiveram um movimento maior. No entanto, o delegado da PF Paulo Moreira não quis identificar quais representações diplomáticas nem o nome dos cerca de 20 funcionários envolvidos. Ele afirmou apenas que eles são da África e do Oriente Médio.

Das seis pessoas presas hoje, três são contrabandistas, dois são vendedores de uma empresa importadora (Brasif) e um é funcionário do Itamaraty. A pena mínima para os crimes (contrabando, formação de quadrilha, corrupção ativa e corrupção passiva) é de dez anos. Já os funcionários de embaixadas possuem imunidade. Por isso, o Ministério das Relações Exteriores irá entrar em contato com os países de origem.

Em nota, o Itamaraty informou que presta apoio à PF e à Receita nas apurações e que policiais cumpriram um mandado de busca dentro das dependências do próprio ministério. O mandado foi autorizado pela juíza federal da 10ª Vara de Brasília, Maria de Fátima de Paula Pessoa Costa.

O esquema funcionava da seguinte forma. Funcionários das embaixadas emprestavam o nome para os contrabandistas, que faziam compras sem o pagamentos de impostos na Brasif. Esses produtos eram revendidos para funcionários públicos e empresários de Brasília, Goiânia e da Bahia.

Os criminosos levavam pessoalmente as notas até um servidor do Ministério das Relações Exteriores que providenciava a autorização de compra em nome de várias pessoas que possuem imunidade e que serviam de fachada para a compra.

O imposto de importação é de cerca de 20%. No entanto, o superintendente da Receita Federal, Nilton Tadeu Nogueira, disse que não é possível dizer que a receita perdeu o equivalente a US$ 100 mil em arrecadação, já que as mercadorias foram compradas justamente pelos funcionários por serem isentos.

No caso do uísque, ele era comprado a US$ 9 e vendido entre R$ 45 e R$ 50. Uma só embaixada comprou cerca de 900 litros em um mês. Uma embaixada grande compra entre 80 e 90 garrafas do produto por mês.

Por esse motivo, o delegado não descarta o envolvimento de diplomatas.

Folha Online

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