Brasil

Petrobras nega de novo receber pedido de alta de gás boliviano

"Existem três grupos de trabalho tratando desses assuntos e nenhuma conversa foi interrompida", afirmou o diretor de Energia e Gás da Petrobras, Ildo Sauer

O diretor de Energia e Gás da Petrobras, Ildo Sauer, voltou a afirmar que a estatal brasileira não recebeu proposta de aumento do preço do gás natural da Bolívia e que o contrato firmado entre os dois países em 1999 continua sendo cumprido “rigorosamente entre as duas partes”.

Sobre a acusação do presidente da estatal boliviana YPFB, Jorge Alvarado, de que a Petrobras vem sabotando o país vizinho ao suspender a importação de diesel, Sauer declarou: “Isso não corresponde à realidade, então não há o que responder”, disse a jornalistas durante inauguração da usina termelétrica Leonel Brizola, no Rio de Janeiro.

A Petrobras importa menos da metade do óleo diesel necessário para completar o consumo da Bolívia. Segundo fontes da estatal brasileira, a suspensão da importação se deveu ao atraso no pagamento de subsídios pelo governo boliviano.

Sauer garantiu que o abastecimento de gás natural no Brasil não está ameaçado e que as negociações sobre outros assuntos no país vizinho, como a nacionalização das reservas e de ativos da Petrobras, estão caminhando normalmente.

“Existem três grupos de trabalho tratando desses assuntos e nenhuma conversa foi interrompida”, afirmou Sauer, rebatendo mais uma vez declarações do ministro de Energia boliviano, Andrés Soliz, de que as negociações teriam sido paralisadas.

“O governo boliviano tem se esforçado para cumprir as cláusulas contratuais, não há nenhuma ansiedade em relação ao preço ou ao cumprimento do contrato”, declarou.

Segundo Sauer, o preço do gás da Bolívia obedece a uma fórmula vinculada a uma cesta de óleos que é reavaliada a cada três meses em função da variação do preço desses óleos no mercado internacional, levando em conta os dois trimestres imediatamente anteriores.

De acordo com o executivo, o último ajuste foi realizado em 1o de abril e o próximo será em julho. O preço atual é de 3,43 dólares o milhão de BTU para a maior parte do gás, e de 4,21 dólares por milhão de BTU para um adicional firmado há alguns anos. A esse preço é adicionado o valor do transporte, reajustado em janeiro para 1,70 dólar por milhão de BTU.


Reuters

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