Brasil

Petrobras cancela proposta de expansão na Bolívia

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A Petrobras informou cancelamento da proposta de expansão de 15 milhões de metros cúbicos de gás provenientes da Bolívia. O anúncio foi feito no início da tarde desta terça-feira por Sergio Gabrielli, presidente da Petrobrás, em entrevista coletiva onde fala sobre a nacionalização do petróleo. “Teremos que encontrar outras fontes em lugar da expansão de fornecimento da Bolívia”, anunciou.

Gabrielli disse que a estatal pretende manter o contrato em vigor que prevê 30 milhões de metros cúbicos de fornecimento de gás oriundos daquele país. “A alternativa seria pensar em armas de destruição em massa e pedir a ajuda do exército brasileiro, o que seria impensável no momento”, informou.

Gabrielli diz que a forma com que a nacionalização foi anunciada surpreendeu o governo brasileiro apesar de o conteúdo da medida já estar sendo discutido. Ao ser questionado se o Brasil foi surpreendido com a ação, por ser uma promessa de campanha de Morales, Gabrielli respondeu que a Petrobras considerava que o governo boliviano tinha o direito de nacionalizar seus bens.

As relações brasileiras com a Bolívia são de 1935, muito anteriores a essa questão atual da Petrobras. “Temos uma produção de 47% na Bolívia”, salientou Gabrielli. As produções de gás e líquidos na Bolívia são interligadas. Segundo Grabrielli, há uma relação direta entre a produção de gás e derivados na Bolívia para o mercado boliviano. A Petrobras não está sozinha, outras empresas estão enfrentando a mesma situação.

Conforme Gabrielli, o Brasil tem uma produção de 70 mil barris por dia na Bolívia. “Na parte boliviana temos 11% do gasoduto Brasil-Bolívia”, diz. A estatal tem uma participação de 25% da exportação de gás na Bolívia.

“A situação é que temos um contrato de risco pré-aprovado. Depois da descoberta de gás, Petrobras, Repsol e Total passaram a ser as maiores produtoras de gás na Bolívia”, informa Gabrielli.

A Bolívia privatizou a produção nacional de gás e as empresas estaduais em 1997. Os contratos e os decretos têm que respeitar as leis bolivianas. Conforme Gabrielli, a constituição boliviana diz que é possível haver a nacionalização, porém com prévia indenização justa.


Redação Terra

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