MADRI – Com dois Oscar conquistados, centenas de prêmios e a simpatia da crítica internacional, o diretor espanhol Pedro Almodóvar é hoje um símbolo que transcende o mundo do cinema, mas tenta não pensar nisso.
“É um elogio, mas não serve de nada na vida cotidiana”, disse à EFE. “Tento não pensar nisso porque poderia ficar presunçoso ou cheio de arrogância. Recebo com prazer aqueles que queiram trabalhar comigo”.
Na França, Almodóvar é um mito tão reverenciado que mereceu uma ampla retrospectiva na Cinematheque de Paris, a segunda exposição biográfica dedicada a um cineasta, após o mítico Jean Renoir. “É uma exposição muito ambiciosa e quero ver a reflexão que fizeram sobre o meu universo, ver como espectador o que fizeram com a minha vida”, comenta. E mais: “Me deixaram uma sensação rara, a de ter terminado uma vida. Talvez tenha que começar outra vida diferente. É como pôr o primeiro degrau de algo novo”, afirmou Almodóvar.
Após 25 anos de cinema, reconhece ter perdido “muitas coisas no caminho”, o que fez com que seus filmes tenham se “interiorizado”. Seus dois últimos trabalhos se enquadram neste momento de reflexão. Má Educação e agora Volver, que são um retorno às suas origens.
Volver, que será apresentado hoje em pré-estréia mundial em Puertollano, na região natal de La Mancha, demonstra a paixão de Almodóvar pelo cinema e sua terra, além de recuperar suas lembranças infantis e suas atrizes-fetiche.
Com estréia planejada para o próximo dia 17, o 16.º filme de Almodóvar é uma volta do cineasta ao terreno da comédia no retrato de três gerações de mulheres e presta uma emotiva homenagem à maternidade.
Agência Estado
Pedro Almodóvar ignora a idéia de ser um símbolo
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