Brasil

PCC tem ligação sólida com Comando Vermelho

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Os violentos ataques promovidos pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), em São Paulo, na última semana, alertaram para a sólida aliança firmada entre a facção paulista e o grupo carioca Comando Vermelho (CV).

Mesmo atuando de modo distinto na rua e nas prisões, as quadrilhas têm práticas comuns. A parceria prevê tratamento especial a presos do Rio em cadeias paulistas (e vice-versa), troca de informações privilegiadas sobre fornecedores de armas e de drogas e até treinamento.

A principal diferença entre as facções está na administração do dinheiro. Líder do CV, Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, preso no Complexo Penitenciário de Bangu, recebe semanalmente de R$ 30 mil a R$ 50 mil referente apenas à arrecadação com a venda de drogas no Complexo do Alemão – um dos maiores redutos do bando.

A contribuição fixa, segundo investigadores, é privilégio dos chefes. Ao contrário dos membros livres do PCC, que são obrigados a dar R$ 550 mensais para a facção, os “sócios” do CV contribuem esporadicamente, dependendo dos lucros e da região onde cometem crimes.

Nas comunidades onde o CV tem mais força há aproximadamente mil homens e 300 fuzis, como o FAL, Parafal, AK-47, G-3 e AR-15, segundo levantamento feito pelo jornal O Dia, com base em informações da polícia.

Dedicados quase exclusivamente ao tráfico, os integrantes desse ‘exército’ repassam pouco dinheiro quando as bocas-de-fumo estão ‘quebradas’. Já os ladrões de carros e cargas alugam armas para ações próximas a redutos onde o CV atua.

A maneira de agir diferente não atrapalha a aliança. Em 2002, dois dos principais articuladores do PCC – César Augusto Roris da Silva, o Cesinha, e José Márcio Felício, o Geleião – ficaram presos em Bangu 1 com membros do CV e intermediaram conversa entre o líder deles, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar.

Em telefonema interceptado pelo Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic), a que a Justiça paulista teve acesso, os dois falam sobre compra de armas ou drogas. A principal suspeita é de que eles dividam lotes que chegam ao Brasil pela fronteira.


Redação Terra

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