No data em que se comemora o Dia Nacional da Consciência Negra, comunidades quilombolas do agreste e do sertão de Alagoas ainda lutam por reconhecimento. Foi no município de União dos Palmares, na zona da mata alagoana, que surgiu um foco de resistência à escravidão comandado pelo líder negro Zumbi. No alto da Serra da Barriga os escravos se refugiaram formando os quilombos.
Hoje os descendentes dos quilombos vivem isolados num povoado no pé da serra, onde sobrevivem da produção de peças em barro. Com a destruição do Quilombo dos Palmares em 1.695 outras comunidades de ex-escravos foram formadas no sertão e no agreste de Alagoas. São 44 remanescentes de quilombolas, mas apenas 15 são reconhecidos pelo governo federal. Tabacaria é a única que está em processo de titulação para documento de posse da terra.
Os descendentes de escravo vivem em casas feitas com lona e madeira. A água que abastece a localidade é retirada de um barreiro, a um quilômetro de distância. As 85 famílias se alimentam das cestas básicas recebidas do governo federal e dos produtos plantados pela própria comunidade. "Nós queremos uma casa, um bocado de farinha, que nós precisamos. Queremos um posto de saúde, uma escola. Nós queremos tudo de bom", afirmou o agricultor Gerson dos Santos.
Apesar dos problemas, algumas tradições ainda são mantidas. A capoeira, trazida ao país pelos negros, agora é ensinada às crianças da comunidade, enquanto as artesãs aprendem os passos das danças das baianas ensinados por dona Rosete.
Para comemorar o Dia da Consciência Negra hoje é feriado em 217 municípios de 11 estados do país.
Globo.com