Brasil

Milionário deixou metade da fortuna para viúva

O testamento do milionário Renné Senna, morto dia 7 em Rio Bonito (RJ), determina que sua herança seja dividida entre a filha, Renata Almeida Senna, e a viúva,

O testamento do milionário Renné Senna, morto dia 7 em Rio Bonito (RJ), determina que sua herança seja dividida entre a filha, Renata Almeida Senna, e a viúva, a cabeleireira Adriana Ferreira de Almeida. O documento, de 9 de outubro de 2006, registrado no Cartório do 15º Ofício de Notas, no centro da capital fluminense, está disponível na 3ª Vara Cível da Barra da Tijuca para consulta. Para a polícia, o testamento é considerado elemento importante para a elucidação do crime. Os reponsáveis pela investigação exigiram do advogado Luiz Fernando Carvalho, representante da viúva, a apresentação do documento.

Pelo testamento, conforme a reportagem verificou, Renata fica com metade dos bens, por ser "herdeira necessária". Segundo o Código Civil, mesmo que não quisesse, o ex-lavrador – que ganhou R$ 52 milhões na Mega-Sena – seria obrigado a contemplar Renata por tê-la registrado como filha. Antes de receber o prêmio, ele dava parte do seu benefício de INSS à jovem.

Renné declarou no documento que "deixa parte disponível de todo o seu patrimônio para sua companheira Adriana". E frisa que, preferencialmente, 50% da fazenda onde o casal morava fiquem com a viúva. Ela, que é investigada, por suspeita de envolvimento com o assassinato, pode ser chamada a depor de novo.

Nos autos não consta procuração para exame de DNA da filha de Renné, contradizendo Adriana. Na 119ª DP (Rio Bonito), ela disse que o marido encaminhou pedido para que fosse feito exame, pois desconfiaria da infidelidade de Malvina Almeida de Brito, mãe de Renata, e colocaria em dúvida sua paternidade.

Venda de cabeças de gado
Uma semana após a morte, Adriana teria começado a vender cabeças de gado da fazenda onde morava com o marido, segundo depoimento de dois dos irmãos de Renné, Carmo e Miriam Senna, e do tio Calisto Fernandes dos Santos Filho, na 119ª DP. Quatro carretas teriam deixado o sítio, que tem mais de 800 cabeças.

Os três confirmaram a versão do restante da família de que o casal não se dava bem. Calisto disse que Renné lhe confidenciou que não tinha vida sexual por não ter ereção. Ano passado, o casal teria tido duas relações. Segundo ele, o sobrinho não fazia uso de Viagra devido ao seu estado de saúde – diabético, chegou ao ponto de ter as duas pernas amputadas. A afirmação contraria as declarações da viúva, que afirmou que os dois faziam sexo quase todos os dias e que ela tentava engravidar.

Calisto contou que Renné afirmou muitas vezes que Malvina, mãe de Renata, tinha sido a única mulher que ele amou e que o amava. E que Adriana estaria com ele por interesse. De acordo com o tio, Renné pretendia transferir R$ 11 milhões para a conta conjunta do casal no início deste ano, mas não explicou o motivo.

O Dia

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